Em junho, 13,3% dos brasileiros queimaram reservas financeiras para bancar as contas do dia a dia, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).
Embora a parcela de brasileiros que use recursos guardados já tenha sido maior, sobretudo quando a crise econômica estava mais intensa, os últimos meses têm mostrado uma resistência à queda do indicador e até mesmo uma leve piora.
A pesquisa do Ibre/FGV leva em conta todos os tipos de reservas financeiras. Para a caderneta de poupança, os dados do Banco Central até mostram que os valores depositados superaram os saques em R$ 5,6 bilhões no mês de junho.
Os últimos dados do mercado de trabalho frustraram os analistas. A expectativa era de que a economia brasileira cresceria mais neste ano e, consequentemente, a criação de emprego teria uma recuperação mais robusta, aliviando o orçamento das famílias.
No trimestre encerrado em maio, a taxa de desemprego ficou em 12,7% e atingiu 13,2 milhões de pessoas, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em junho, os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Números do SPC Brasil também mostram um comportamento parecido com os do Ibre. Em maio, a entidade apurou que 40,5% das pessoas consultadas fizeram uso de reserva financeira para diversas finalidades. Desse total, 4,5% utilizaram as reservas porque ficaram desempregadas e 7,4% porque não tinham dinheiro suficiente para pagar as contas.
Na compra de item de um maior valor, por exemplo, é natural que se use a reserva. O problema é quando essa reserva para a ser usado constantemente e aí a pessoa tem de partir para o crédito, como tem acontecido com grande parte dos brasileiros:
Faixa de renda | Gastam poupança com despesas | Estão endividados |
Até R$ 2.100 | 8,2% | 15,1% |
De R$ 2.100 a R$ 4.800 | 16,3% | 15,5% |
De R$ 4.800 a R$ 9.600 | 15,0% | 8,4% |
Acima de R$ 9.600 | 16,1% | 3,7% |