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MP de Birigui discorda de liminar ao ver indícios de irregularidades no uso de placas oficiais em carro particular

Inquérito foi instaurado nesta quarta-feira pela Promotoria de Justiça de Birigui (Foto: Reprodução)

Diferentemente da juíza da 1ª Vara Cível de Birigui, Íris Daiani Paganini dos Santos Salvador, que concedeu liminar nesta quarta-feira (24) determinando o retorno imediato do prefeito Leandro Maffeis (Republicanos) ao cargo, por considerar “absolutamente grosseira” por parte da Câmara Municipal a alegada adulteração de placa, o Ministério Público local vê indícios de irregularidades no uso de placas oficiais em carro particular por parte do chefe do Executivo municipal.

Tanto é, que nesta mesma quarta-feira, o Ministério Público em Birigui baixou portaria instaurando inquérito civil para apurar o uso de placas oficiais em carro particular do prefeito, ato que resultou na cassação do mandato dele na última segunda-feira (22) por parte do Legislativo Municipal.

Conforme divulgado pelo Hojemais Araçatuba , em março o MP havia encaminhado ofício a Maffeis , pedindo informações sobre o uso de placa oficial do município no carro particular que estava com a primeira-dama. O flagrante foi feito pelo vereador André Fermino (PP), após denúncia anônima, no dia 30 de janeiro.

O Toyota Corolla em nome do prefeito foi encontrado na frente da sede da Secretaria Municipal de Assistência Social, local de trabalho da primeira-dama. Nele estavam as placas de número 002 e as originais do carro estavam no porta-malas. A primeira-dama alegou aos guardas municipais que o marido havia viajado para São Paulo com o carro dela, porque o de placas 001, que pertence ao município, estaria em manutenção.

Ainda de acordo com ela, o próprio prefeito teria retirado as placas originais e instalado as de número 002 para fazer a viagem, alegando que elas facilitariam o acesso a órgãos públicos que ele visitaria na Capital.

Com base nas informações que foram encaminhadas, a Promotoria de Justiça decidiu pela instauração do inquérito civil, por entender que há indícios de que o Maffeis cometeu irregularidades. “… os fatos em tese são passíveis de configurar ato de improbidade administrativa, com dano ao erário e ofensa aos princípios da Administração Pública, em especial à legalidade e à moralidade administrativa” , consta na portaria instaurada nesta quarta-feira.

Ainda de acordo com o MP, os fatos narrados na denúncia também podem tipificar os crimes previstos nos artigos 311 e 312, do Código Penal, e as infrações de trânsito descritas nos artigos 114, § 3º, e 221, do Código de Trânsito Brasileiro. A justificativa é de que o artigo 8º, da Lei nº 1.081, de 13.04.1950 proíbe, rigorosamente, o uso de placas oficiais em carros particulares. Esse é o mesmo argumento utilizado pela Câmara para cassar o mandato do prefeito.

Ao instaurar o inquérito, a Promotoria de Justiça justifica que o prefeito confirmou ter instalado as placas 002 no carro particular devido ao veículo oficial estar em manutenção, mas não comprovou documentalmente essas informações. O órgão acrescenta que a irregularidade no sentido de o carro particular ter sido encontrado com as placas oficiais está devidamente comprovada por meio das fotografias anexadas.

E acrescenta que a confecção e utilização de placas para veículos de representação, também denominadas placas oficiais ou especiais, segue regra definida pelo Contran (Conselho Nacional de Trânsito). Além disso, são considerados veículos oficiais apenas os que se destinam, exclusivamente, ao serviço público e que sejam registrados como veículos de representação junto ao Renavam.

Diante disso, para dar sequência à investigação, que pode resultar em uma ação civil contra Maffeis, a Promotoria quer que a Prefeitura de Birigui informe no prazo de até 30 dias :

Em que situação o veículo particular do prefeito e primeira-dama foi utilizado para fins oficiais, com a substituição da placa Mercosul pela placa oficial; 

Em que situação o veículo particular do prefeito e primeira-dama, servindo-se da placa oficial, foi utilizado para fins particulares ou sem autorização da legislação;

Quais são os veículos oficiais da Prefeitura Municipal de Birigui, discriminando-os, e quais motivos ensejaram a não utilização de nenhum deles pelo prefeito para se deslocar até o mencionado evento oficial valendo-se do seu carro particular, com placa oficial;

Em qual data foi inserida a placa 002 do Poder Executivo no veículo particular do prefeito e primeira-dama;

Quantas horas o veículo privado do prefeito, utilizando a placa 002 do Poder Executivo, permaneceu no evento Público na Capital do Estado de São Paulo, em especial frente à Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento;

Quais normas disciplinam a confecção e utilização da placa oficial 002;

Que encaminhe a documentação do veículo particular privado a qual foi utilizada a placa oficial 002 do Poder Executivo;

Em qual data foi confeccionada a placa 002 e qual o seu custo, encaminhando a nota de empenho e nota fiscal de aquisição da placa e do comprovante de pagamento;

Qual o histórico de utilização da placa 002 (fornecendo-se o registro de utilização) nos seis meses anteriores à sua aplicação no carro particular do Prefeito;

E quem determinou a confecção de um par da placa oficial 002.

O Ministério Público determinou que seja encaminhado ofício à Guarda Civil Municipal de Birigui, para que forneça cópia do Boletim de Atendimento registrado pela equipe fez contato com a primeira-dama Silvana Gomes Caetano Leal Milani quando a corporação foi acionada para comparecer na Secretaria de Assistência Social.

Também foi determinado que a Câmara Municipal informe sobre o andamento da Comissão Processante, que estava em andamento quando houve a representação, e que resultou na cassação do mandato do prefeito por 14 votos a 1.

Caso queira contestar a instauração do inquérito civil, a defesa de Maffeis tem o prazo de cinco dias para apresentar recurso ao Conselho Superior do Ministério Público, contados da ciência da notificação, que deve ser publicada nesta quinta-feira (25).:hoje mais

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Maffeis volta com a intervenção na Santa Casa e renomeia cargos comissionados

O prefeito Leandro Maffeis revogou as decisões de André Fermino com relação à exoneração de cargos comissionados e intervenção na Santa Casa (Foto: Divulgação)

Minutos após ser reconduzido ao cargo por força de liminar, o prefeito de Birigui (SP), Leandro Maffeis (Republicanos), teve como primeira medida revogar os decretos publicados pelo vereador André Fermino (PP), que comandou a Prefeitura entre a manhã de terça-feira e a tarde desta quarta-feira (24).

Assim, foi retomada a intervenção da Santa Casa, que havia sido revogada nesta manhã, e reconduzidos ao cargo, os 16 comissionados que haviam sido exonerados na terça-feira.No decreto publicado por Maffeis para restaurar a intervenção na Santa Casa, um dos argumentos usados foi de que ela continua sendo a única prestadora de serviços hospitalares do município, essenciais à manutenção da vida dos cidadãos, atendendo, ainda, via pactuação regional, mais dez municípios vizinhos.

Ainda de acordo com o decreto, existe a necessidade de dar continuidade à intervenção, solidificando novas práticas que visem dar atendimento de qualidade à toda população.

E por fim, consta no decreto que desde que a intervenção na modalidade de requisição administrativa entrou em vigor, em fevereiro de 2022, os serviços prestados à população Biriguiense tiveram drástica melhoria.

Com relação aos 16 ocupantes de cargos comissionados que haviam sido exonerados por André Fermino, entre eles estão a primeira-dama Silvana Caetano Gomes Leal Milani, secretária municipal de Assistência social, e o diretor de Controle de Epidemias e Endemias do município, Miguel Buzahr Neto. Ele seria pai da namorada do filho de Leandro Maffeis.

Também foi reconduzida ao cargo a secretária municipal de Saúde, Cássia Rita Santana Celestino, e a diretora de Trânsito, Glaisa Bonfim Rodrigues Gabas, que é irmã do ex-chefe de Gabinete de Maffeis, o advogado Glauco Bonfim Rodrigues.:hoje mais

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Leandro Maffeis confirma que contestará cassação do mandato na Justiça

Leandro Maffeis vai recorrer à Justiça para tentar reaver o mandato (Foto: Divulgação)

O agora ex-prefeito de Birigui (SP), Leandro Maffeis (Republicanos), divulgou nota informando que irá recorrer da decisão de cassou o mandato dele em sessão extraordinária realizada na tarde de segunda-feira (22) na Câmara.

Por 14 votos a 1, os vereadores aprovaram relatório da CP (Comissão Processante) que investigou o uso de placas oficiais do município pelo carro particular que estava com a primeira-dama.

O decreto legislativo comunicando a cassação foi publicado no Diário Oficial desta terça-feira e o cargo já foi transmitido ao presidente da Câmara, André Fermino (PP). Confira abaixo o comunicado enviado pelo prefeito a pedido da reportagem: 

“Dirijo-me a todos para informar que o meu mandato como Prefeito do Município de Birigui foi novamente cassado pela Câmara Municipal.

Esta decisão, tomada de forma política e desprovida de fundamentos legais, será contestada por meio das medidas judiciais cabíveis. Confio plenamente no Ministério Público e no Poder Judiciário para reverter essa decisão injusta e restabelecer a vontade popular expressa nas urnas.

Neste momento desafiador, gostaria de manifestar minha fé inabalável em Deus. Acredito firmemente que sua vontade prevalecerá e que a justiça será feita.

Reafirmo meu compromisso com a transparência, a ética e o bem-estar de todos os cidadãos deste município. Continuarei a servir a nossa cidade de forma dedicada e determinada, buscando sempre o melhor para nossa população.

Agradeço o apoio e a solidariedade de todos neste momento difícil”.:hoje mais

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