São Paulo pode ficar sem água

Nível acumulado de água no Sistema Cantareira, que abastece a população da Grande São Paulo, chegou a 8,4%, segundo medição divulgada pela Sabesp na quarta-feira (14). Na imagem, reservatório na região de Joanópolis.  (Foto: Denny Cesare/ Estadão Conteúdo)

O nível de água no Sistema Cantareira, que abastece a Grande  São Paulo, caiu novamente e chegou a 8,2% da capacidade de abastecimento, segundo balanço divulgado pela Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo (Sabesp) na manhã desta quinta-feira (15). Trata-se de mais um recorde negativo para o sistema, que terá seu volume morto retirado a partir desta quinta com a ajuda de bombas flutuantes.

O governo oferece bônus de 30% para quem economizar 20% de água e já prometeu que haverá multa para quem gastar mais do que de costume. A retirada do volume morto é a outra alternativa adotada pelo governo do estado. A Sabesp, que afirma não haver racionamento, fez obras para captar a reserva.  O volume morto é um reservatório com 400 milhões de metros cúbicos de água situado abaixo das comportas das represas do Sistema Cantareira. Conhecida também como reserva técnica, essa água nunca foi utilizada para atender a população.

A Região Metropolitana de São Paulo enfrenta uma crise de abastecimento por causa da falta de chuvas e dos consequentes recordes de queda no nível do Cantareira. O governo do estado tentou fazer desvios para usar a água de outras represas, mas essas manobras não foram suficientes para atender toda a população da Grande São Paulo. Após o nível do sistema atingir um patamar preocupante, a Sabesp fez obras para conseguir bombear a água do volume morto.

O Sistema Cantareira atende uma população de 8,45 milhões de pessoas na capital paulista e região metropolitana de São Paulo. Mais 1,41 milhão de pessoas que não são atendidas pela Sabesp recebem água da represa.

 Com o volume morto, a Grande São Paulo terá abastecimento garantido até, pelo menos, novembro, segundo a Agência Nacional de Águas.

Especialistas dizem que a água pode estar contaminada, inclusive com metais pesados, sendo imprópria para beber. Já o governo paulista diz que foram realizados testes que comprovaram a qualidade da água.

 O consumidor que gastar acima da média pagará 30% a mais, segundo proposta do governo que deve ser regulamentada pela Arsesp, agência reguladora. Não há previsão para o início da cobrança. Já os consumidores de 31 cidades atendidas pela Sabesp que conseguirem economizar 20% receberão um desconto de 30%.

Volume morto concentra cerca de 28% da capacidade do sistema. Serão usados 18,2%. (Foto: Reprodução/TV Globo)Volume morto concentra 28% da capacidade do Sistema Cantareira, e inicialmente serão usados 18,2%. Essa reserva técnica fica abaixo do nível das comportas, e bombas flutuantes serão utilizadas para captação da água (Ilustração: Reprodução/TV Globo)

O fato é que se a população não começar a usar a água com prudência, sem lavar calçadas, diminuir número de banhos, não desperdiçar, enfim, tomar medidas inteligentes, a água pode faltar, enquanto isso o governo oferece água de procedência duvidosa para a população. Fechem as torneiras!

Fonte: G1.

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