O nível de água no Sistema Cantareira, que abastece a Grande São Paulo, caiu novamente e chegou a 8,2% da capacidade de abastecimento, segundo balanço divulgado pela Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo (Sabesp) na manhã desta quinta-feira (15). Trata-se de mais um recorde negativo para o sistema, que terá seu volume morto retirado a partir desta quinta com a ajuda de bombas flutuantes.
O governo oferece bônus de 30% para quem economizar 20% de água e já prometeu que haverá multa para quem gastar mais do que de costume. A retirada do volume morto é a outra alternativa adotada pelo governo do estado. A Sabesp, que afirma não haver racionamento, fez obras para captar a reserva. O volume morto é um reservatório com 400 milhões de metros cúbicos de água situado abaixo das comportas das represas do Sistema Cantareira. Conhecida também como reserva técnica, essa água nunca foi utilizada para atender a população.
A Região Metropolitana de São Paulo enfrenta uma crise de abastecimento por causa da falta de chuvas e dos consequentes recordes de queda no nível do Cantareira. O governo do estado tentou fazer desvios para usar a água de outras represas, mas essas manobras não foram suficientes para atender toda a população da Grande São Paulo. Após o nível do sistema atingir um patamar preocupante, a Sabesp fez obras para conseguir bombear a água do volume morto.
O Sistema Cantareira atende uma população de 8,45 milhões de pessoas na capital paulista e região metropolitana de São Paulo. Mais 1,41 milhão de pessoas que não são atendidas pela Sabesp recebem água da represa.
Com o volume morto, a Grande São Paulo terá abastecimento garantido até, pelo menos, novembro, segundo a Agência Nacional de Águas.
Especialistas dizem que a água pode estar contaminada, inclusive com metais pesados, sendo imprópria para beber. Já o governo paulista diz que foram realizados testes que comprovaram a qualidade da água.
O consumidor que gastar acima da média pagará 30% a mais, segundo proposta do governo que deve ser regulamentada pela Arsesp, agência reguladora. Não há previsão para o início da cobrança. Já os consumidores de 31 cidades atendidas pela Sabesp que conseguirem economizar 20% receberão um desconto de 30%.
O fato é que se a população não começar a usar a água com prudência, sem lavar calçadas, diminuir número de banhos, não desperdiçar, enfim, tomar medidas inteligentes, a água pode faltar, enquanto isso o governo oferece água de procedência duvidosa para a população. Fechem as torneiras!
Fonte: G1.