Médicos protestam contra os planos de saúde

Médicos, cirurgiões-dentistas e fisioterapeutas suspenderam o atendimento a pacientes de planos de saúde na última quinta-feira (25), no estado de São Paulo, em protesto contra os honorários pagos pelos convênios médicos. Apenas emergências foram atendidas.

Houve panfletagem desde  as 7 da manhã na Avenida Paulista para explicar os motivos da paralisação e um ato onde dez mil balões foram soltos, para simbolizar o luto pela saúde no Brasil.

Segundo as associações profissionais, uma pesquisa feita com 5 mil profissionais mostrou alto nível de insatisfação de médicos, dentistas e fisioterapeutas com os planos de saúde que atendem.

“Médicos de todo o país decidiram comunicar à sociedade que a relação entre profissionais e empresas é muito ruim”, disse o presidente da Associação Paulista de Medicina (APM), Florisval Meinão.

Segundo o estudo feito com profissionais de 22 especialidades médicas, 98% dos consultados estão descontentes com a remuneração paga pelos procedimentos. A mesma pesquisa aponta que 61% dos médicos afirmaram já ter optado por reduzir o número de procedimentos ou cirurgias por causa de baixos honorários, como uma  operadora paga R$ 255 em uma cirurgia para retirar um útero. Para tirar um rim, o médico e o auxiliar recebem o valor de R$ 265. Lembrando que tem cabelereiros no Brasil que cobram muito mais por um corte de cabelo.

O presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), Cid Carvalhaes, explica que há ainda planos de saúde que pagam cerca de R$ 25 por consulta médica. “ (Os planos) são muitos injustos e extremamente carrascos com a população. São 50 milhões de pessoas (com planos de saúde) que estão tendo restrições cada vez maiores. Tem ainda planos que estão pagando R$ 25 por uma consulta. O máximo alcançado (em negociação) foi de R$ 64 reais em alguns planos. Poderíamos fazer uma média, uma estimativa grosseira de R$ 55 por consulta. Nossa referencia mínima tolerável é R$ 90 a consulta”, conta.

De acordo com diretor de Defesa Profissional da Associação Paulista de Medicina (APM), Marun Cury, o “pífio” valor pago pelos planos de saúde aos médicos faz com que os consultórios tenham que atender um número grande de pessoas para conseguirem pagar impostos e custos normais de um consultório. Segundo ele, isso tem afetado a relação médico-paciente.

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