Ideia de brasileiro se espalha pelo mundo

Alfredo Moser poderia ser considerado um Thomas Edison dos dias de hoje, já que sua invenção também está iluminando o mundo. Em 2002, o mecânico da cidade mineira de Uberaba, que fica a 475 km da capital Belo Horizonte, teve seu próprio momento de “eureka” quando encontrou a solução para iluminar a própria casa em um dia de corte de energia.

Para isso, ele utilizou nada mais do que garrafas plásticas pet com água e uma pequena quantidade de cloro. Nos últimos dois anos, sua ideia já alcançou diversas partes do mundo e deve atingir a marca de 1 milhão de casas usando a “luz engarrafada”.
A ideia de Moser já é utilizada em mais de 15 países onde energia é escassa (Foto: BBC)
A ideia de Moser já é utilizada em mais de 15 países onde a energia elétrica é escassa (Foto: BBC)

Mas, afinal, como a invenção funciona? A reposta é simples: pela refração da luz do sol em uma garrafa de dois litros cheia d’água.

“Adicione duas tampas de cloro à água da garrafa para evitar que ela se torne verde (por causa da proliferação de algas). Quanto mais limpa a garrafa, melhor”, explica Moser.

Moser afirma que a lâmpada funciona melhor se a boca for coberta por fita preta (Foto: BBC)
(Foto: BBC)

Ele protege o nariz e a boca com um pedaço de pano antes de fazer o buraco na telha com uma furadeira. De cima para baixo, ele então encaixa a garrafa cheia d’água.

O inventor já instalou as garrafas de luz na casa de vizinhos e até no supermercado do bairro. Ainda que ele ganhe apenas alguns reais instalando as lâmpadas, é possível ver pela casa simples e pelo carro modelo 1974 que a invenção não o deixou rico. Apesar disso, Moser aparenta ter orgulho da própria ideia.

A instituição MyShelter se especializou em construção alternativa, criando casas sustentáveis feitas de material reciclado, como bambu, pneus e papel. Para levar à frente um dos projetos do MyShelter, com casas feitas totalmente com material reciclado, Diaz disse ter recebido “quantidades enormes de garrafas”.

“Enchemos as garrafas com barro para criar as paredes. Depois enchemos garrafas com água para fazer as janelas”, conta. Seguindo o método de Moser, a entidade MyShelter começou a fazer lâmpadas em junho de 2011. A entidade agora treina pessoas para fazer e instalar as garrafas e assim ganhar uma pequena renda.

Nas Filipinas, onde um quarto da população vive abaixo da linha da pobreza (de acordo com a ONU, com menos de US$ 1 por dia) e a eletricidade é muito cara, a ideia deu tão certo, que as lâmpadas de Moser foram instaladas em 140 mil casas. As luzes “engarrafadas” também chegaram a outros 15 países, entre eles Índia, Bangladesh, Tanzânia, Argentina e Fiji.

Pessoas em áreas pobres também são capazes de produzir alimentos em pequenas hortas hidropônicas, usando a luz das garrafas para favorecer o crescimento das plantas. Diaz estima que pelo menos 1 milhão de pessoas vão se beneficiar da ideia até o começo de 2014.

Criador e criatura: Moser criou a lâmpada durante a série de apagões que o Brasil enfrentou em 2002 (Foto: BBC)

Moser criou a lâmpada durante a série de apagões que o Brasil enfrentou em 2002 (Foto: BBC)
Fonte: G1.
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