Grécia tenta saída e Itália entra em recessão

O governo grego aprovou o corte de 325 milhões de euros no orçamento para satisfazer os ministros das Finanças da zona do euro, que estudam a aprovação de um pacote de resgate para salvar o país de um default caótico. Pressionados entre capitais europeias céticas e forte revolta na Grécia, líderes políticos devem também produzir compromissos por escrito para aderir aos termos do resgate de 130 bilhões de euros (US$ 172 bilhões), antes do encontro dos ministros na quarta-feira.

Parlamentares gregos aprovaram 3,3 bilhões de euros em cortes de salários, aposentadorias e empregos no domingo, mas deixou sem explicação 325 milhões de euros em cortes que a União Europeia e o FMI (Fundo Monetário Internacional) querem esclarecer antes de aprovar o resgate.

Não houve um sinal imediato de que os líderes políticos registrariam por escrito uma garantia de que vão implementar os termos do resgate antes e depois das eleições esperadas para abril.

O berço do pensamento ocidental é hoje o berço da crise que ameaça afundar toda a Europa.

O escritório de estatísticas grego informou nesta terça-feira que o PIB registrou uma forte queda 7% no quarto trimestre de 2011, segundo as primeiras estimativas publicadas nesta terça-feira pelo escritório de estatísticas local. Esta queda acontece depois de um retrocesso de 5% no terceiro trimestre.

O orçamento para 2011 previa uma recessão de 5,5% que deve prolongar-se em 2012 pelo quinto ano consecutivo. Em 2009 e 2010, a economia do país já havia encolhido 3,2% e 3,5%, respectivamente. Devido à crise, a Grécia teve trimestres bastante difíceis neste ano –o PIB do país retraiu 7,4% e 8% nos dois primeiros e 5% no penúltimo, revelando o grau de deterioração dessa economia.

A recessão também pode ser explicada pelo compromisso com ajustes severos para controlar os gastos públicos e reformar a economia, ao custo de violentas manifestações. Nesta semana, mais de cem pessoas ficaram feridas, e outra centena foi presa, em meio a uma onda de saques, depredações e incêndios, com a aprovação no parlamento de uma nova rodada de medidas de austeridade fiscal.

A aprovação desse pacote foi a condição para o país ter acesso a novas linhas de financiamento do FMI e da UE, e dessa forma, evitar o calote descontrolado de seus compromissos financeiros. Além disso, o país ainda finaliza as negociações para reduzir o tamanho de sua dívida junto aos credores privados.

A Itália afetada pela crise da dívida, entrou em recessão técnica no fim de 2011, quando o Produto Interno Bruto (PIB) do país registrou uma queda de 0,7% no quarto trimestre sobre o trimestre anterior, após a baixa de 0,2% no terceiro trimestre, segundo estimativas divulgadas pelo Instituto Italiano de Estatísticas (ISTAT) nesta quarta-feira (15). A recessão técnica é definida pelos economistas como dois trimestres consecutivos de queda no PIB – dois períodos em que a soma das riquezas produzidas pelo país fica menor do que nos três meses anteriores.

Em base anualizada, a produção industrial retraiu 2%, resultado pior que a estimativa de 1% dos economistas, informou o escritório de estatísticas da União Europeia (UE) Eurostat, uma vez que a crise da dívida da Europa continuou prejudicando a confiança entre consumidores e empresários.

Fontes: G1, Folha, Uol e Terra.

Share Button
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...