Finalmente pedófilo de 70 anos tem habeas corpus negado em Birigui

Em Birigui, qualquer adulto, em qualquer idade, já ouviu alguma história relacionada a um professor da rede pública, hoje aposentado, que tinha dificuldade em movimentar alguns dedos da mão e dava aulas de geografia. As histórias, infelizmente não são boas: são histórias onde meninos adolescente, de 11 a 17 anos, com problemas familiares ou dificuldades econômicas faziam favores sexuais para o tal professor em troca de dinheiro, drogas, cigarros, bola de futebol ou mesmo um lanche hot dog de seis reais.  Muitos dos nomes envolvidos hoje são homens de quarenta anos, casados com filhos, e que por na época sequer entender sua vulnerabilidade e mesmo vergonha não denunciaram o abuso.

Depois de décadas destruindo vidas, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) negou o pedido de habeas corpus do professor aposentado de Birigui, de 70 anos, preso preventivamente ano passado acusado de pedofilia e pornografia infantil. Ainda em 2016, a defesa tinha pedido à Justiça de Birigui e ao TJ-SP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo) o relaxamento da prisão dele. Ambos os pedidos foram negados. O advogado Joel de Almeida alegou que o réu tem mais de 70 anos e está com câncer de próstata em estado avançado, o que no entanto não impede o acusado de continuar praticando seus crimes.

De acordo com as investigações da Polícia Federal e Ministério Público, o professor e outras quatro pessoas – todas presas na penitenciária de Andradina, que dispõe de um espaço específico para abrigar presos acusados de crimes sexuais – fazem parte de uma organização criminosa que atuava na região, aliciando crianças e adolescentes para praticar relações sexuais. Outras três pessoas são apontadas como integrantes da organização e respondem ao processo em liberdade, sendo um deles um rico empresário, dono de rede de sorveterias, casado e  avô.

A investigação teve início em outubro de 2014, depois que a mãe de dois garotos, de 11 e 14 anos, registrou ocorrência na delegacia de Santópolis do Aguapeí, denunciando que os filhos dela eram aliciados sexualmente por um conhecido da família, residente em Clementina.

O caso também foi denunciado ao Ministério Público de Birigui e à Polícia Federal de Araçatuba, que apurou que o grupo oferecia dinheiro, passeios, lanches e dava presentes aos garotos em troca de relações sexuais. Algumas conversas do grupo, incluindo o professor, foram gravadas com autorização da Justiça.
Em junho de 2015, a Polícia Federal já tinha prendido o professor aposentado durante a “Operação Stolen”, para combater à pornografia infantil. Porém, ele prestou depoimento e foi solto no mesmo dia. Na época, a Promotoria de Justiça pediu a prisão preventiva com base no depoimento do professor, que teria confessado que praticava sexo com jovens de 17 anos em troca de lanche, dinheiro e chuteira. O professor teria deixado claro ainda, que se dedicava à prostituição de adolescentes havia anos e tratava o crime de forma bastante natural.

No mês passado, a Justiça de Penápolis absolveu o professor de uma acusação de exploração sexual de menor depois que ele e um adolescente foram para um motel daquela cidade. O professor aposentado teria acusado o menor de furto e, quando a família do menino ficou sabendo do caso, denunciou o abuso à polícia. Os detalhes desse caso específico não foram divulgados porque o processo está em segredo de Justiça.

A população espera que este homem fique preso, e que não só fique preso mas que cumpra algum tipo de trabalho na prisão, porque não é justo que alimentemos gratuitamente alguém que por décadas destruiu vidas de garotos em situação de vulnerabilidade.

 

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