Empresário confirma denúncia em depoimento na CP que investiga contrato emergencial em Birigui

O advogado Thiago Zingarelli negou ter recebido algum documento relativo ao chamamento público (Foto: Reprodução TV Câmara)

Em sessão tumultuada nesta quarta-feira (1), tiveram início os depoimentos dos convocados pela CP (Comissão Processante) instaurada na Câmara de Birigui (SP) para investigar denúncia de suposta fraude no contrato emergencial para gestão do pronto-socorro municipal.

Os trabalhos estavam previstos para começar às 9h, mas teve que ser adiado, já que o empresário Anderson Matos Pedroso, principal testemunha de acusação, mora em São Paulo e só chegou depois das 10h30.

Foi ele quem registrou em cartório declaração na qual afirma que o secretário municipal de Governo, Paulo Henrique Marques de Oliveira, se encontrou com o advogado Thiago de Carvalho Zingarelli no dia 8 de julho, e entregou cópia do chamamento público que resultou na contratação da BHCL (Beneficência Hospital de Cesário Lange).

Zingarelli é advogado dessa OSS (Organização Social de Saúde) e também do Isma (Instituto São Miguel Arcanjo), que era o responsável pela contratação dos médicos do pronto-socorro na ocasião.

Em depoimento, Pedroso confirmou todas as acusações feitas na declaração e que foram utilizadas na denúncia apresentada pelo ex-vereador José Fermino Grosso, resultando na CP.

Já Zingarelli negou ter recebido qualquer documento relativo ao chamamento público no encontro que teve com o secretário de Governo de Birigui em Tatuí. De acordo com ele, a visita de Paulo Henrique foi a convite dele, para conhecer as instalações da unidade de saúde daquele município, que também é gerenciada pela BHCL.

Na versão do advogado, independentemente de quem fosse o futuro gestor do pronto-socorro de Birigui, seria importante que a Prefeitura tivesse conhecimento das práticas que dão certo para serem implantadas no município.

Essa visita aconteceu em 8 de julho e o chamamento público emergencial foi assinado pelo prefeito Leandro Maffeis (PSL), em 22 de julho. O advogado também negou ter jantado com o prefeito de Birigui no dia 14 de julho em São Paulo.

Na denúncia na Câmara foi anexado um áudio do próprio Zingarelli, no qual ele diz para Pedroso que havia pago uma “farra” após o jantar, o que ele também negou, dizendo que estava apenas “contando vantagem”.

Por fim, negou ter pedido 3 mil dólares ao empresário para supostamente pagar um secretário de Birigui. De acordo com ele, dias após esse áudio ele viajou para o Paraguai para comemorar o aniversário dele com a família e comprou dólares em uma casa de câmbio no país vizinho.

Durante o depoimento do empresário, a sessão teve que ser suspensa pelo presidente da CP, vereador José Luís Buchalla (Patriota), porque o advogado de defesa alegou que estava tendo o direito cerceado. Ele pediu a presença do presidente da subseção local da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) para acompanhar os trabalhos.

A tese da defesa é de que a denúncia não passa de uma vingança por parte de Pedroso, por ter perdido um contrato com a OSS, para a qual prestava serviço.

A CP também ouviu o servidor municipal Rodrigo José Jorge, responsável pelos veículos da Secretaria Municipal de Saúde. Ele disse que sabia apenas da viagem feita pelo secretário de Governo no dia 8 de julho com um carro da Pasta, usado para o transporte de pacientes, desconhecendo sobre a viagem feita no dia 14.

Paulo Henrique chegou a se apresentar na Câmara, mas pediu para adiar o depoimento, por não estar se sentindo bem. Ele foi atendido pela comissão, que retoma os trabalhos nesta quinta-feira (2), para ouvir mais testemunhas.

A oitiva do prefeito está marcada para a próxima segunda-feira (6).

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