Desde criança a publicitária Camila Alvarenga de Paula Pinto, hoje com 37 anos, alimenta uma certeza na vida: quer ser mãe, mas não sabe quando. Camila decidiu congelar seus óvulos e passou pelo procedimento no início do ano e disse que o incômodo maior foi receber as doses de hormônio durante 12 dias. “Ao final do período, nos últimos três dias, nem eu me suportava”, brinca ela, que está num relacionamento estável, mas ainda não sabe quando será mãe.
Quem fiscaliza as clínicas de reprodução assistida no Brasil é a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas a agência não possui números oficiais de óvulos congelados no país com o objetivo de prolongar a “janela de oportunidade” das mulheres para a maternidade.
Os especialistas em reprodução assistida recomendam que a mulher que pretende adiar a gravidez congele seus óvulos até os 35 anos, enquanto eles são mais novos e possuem mais qualidade.
Apesar disso, a idade média das mulheres que têm procurado o serviço gira em torno de 37,7 anos. O principal problema de procurar a técnica mais tarde,é ter de submeter a paciente a mais de um ciclo de coleta e o risco de os óvulos não terem mais a qualidade necessária. Os médicos sugerem congelar pelo menos 15 óvulos.
Atualmente, não há lei que regulamente a reprodução assistida no Brasil, há apenas a Lei de Biossegurança, que fala sobre armazenamento e destino dos embriões. As técnicas de reprodução são embasadas em resoluções do Conselho Federal de Medicina (CFM), que atualiza a norma a cada dois anos, em média.
Fonte: BBC.