Ontem aproximademente as 8:00 da manhã, na escola municipal Tasso da Silveira em Realengo, Wellington Menezes de Oliveira de 24 anos tirou a vida de 12 alunos entre 12 e 15 anos. 10 meninas e 2 meninos.
Não há palavras para descrever o comportamento e a revolta que acredito que todos que tem um coração estão sentindo nesse momento. Até nossa presidenta, conhecida por ser durona e que resistiu a ditadura não aguentou e após o minuto de silêncio, chorou, finalizando uma cerimônia com empresários.
Hoje a televisão nos bombardeará com depoimentos de profissionais da pisquiatria, professores, criminólogos, mas nada vai trazer essas crianças de volta ou vai impedir que outro marginal faça isso. E dificilmente as reais razões do crime se tornaram explícitas. Wellington não conhecia essas crianças e mesmo assim as matou talvez querendo se vingar de alguma forma da sociedade. Essas crianças tinha rosto, gostos, sonhos, família, e agora o que fica para as famílias que sequer conheceram Wellington?
A culpa é de quem? De todos nós? Existe algo de muito errado em nossa sociedade. Fica o debate, segue as fotos das crianças:
Arquivo pessoal |
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Larissa dos Santos Atanazio |
Larissa dos Santos Atanázio, 14
Evangélica, frequentava a igreja todo domingo. Dona de olhos castanhos, sonhava ser modelo e já havia se apresentado em desfiles pequenos. O irmão Alex, 13, também foi ferido e está em estado do choque, em casa.
Bianca Rocha Tavares, 13
Muito caseira, gostava de navegar pela internet e ajudava a avó a arrumar a casa. Sua irmã gêmea, Brenda, ficou ferida.
Géssica Guedes Pereira, 15
Aluna do 7º ano, estava na escola desde o 4º. Segundo sua mãe, Sueli Guedes, era uma menina alegre, cercada de amigos. “O sonho da minha filha era estudar na Marinha. Ela estava fazendo um curso preparatório. Agora vai ser difícil olhar para as coisas dela”, disse. A mãe soube da tragédia pela TV. Foi procurar a filha no hospital Albert Schweitzer. Lá reconheceu, por foto, o corpo da filha. Géssica tinha duas irmãs.
Arquivo Pessoal |
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Karine Lorraine Chagas de Oliveira |
Karine Lorraine Chagas de Oliveira, 14
A tia de Karine, Ana Paula Oliveira dos Santos, soube da história pela televisão e correu para o local junto com a avó da menina, a camelô Nilza Candelária Ferreira, 63 anos, que criava Karine desde que ela tinha três anos. A tia e a avó tentaram ligar diversas vezes para o celular de Karine, até que um aluno atendeu e disse que havia encontrado o aparelho no chão e que os feridos tinham sido levados para o hospital. “Minha neta só estudava, estava feliz da vida. Queria que fosse eu no lugar dela!”, disse, aos prantos a avó.
Mariana Rocha de Souza, 12 anos
A madrinha de Mariana, Nadia Ribeiro, contou que o irmão dela, Eduardo, 9, também estudava na escola e estava em um andar acima quando ouviu os tiros. Mariana sentava ao lado da porta, na sala de aula. Sonhava se tornar modelo, era muito vaidosa e adorava tirar fotografias.
Arquivo pessoal |
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Samira Pires Ribeiro |
Samira Pires Ribeiro, 13
Matriculou-se esse ano na escola. A família peregrinou por três hospitais até conseguir reconhecer a foto da filha, no hospital Albert Schweitzer. Morreu ao lado de uma das melhores amigas, Larissa dos Santos Atanázio.
Milena dos Santos Nascimento, 14
Aluna do 6º ano, estudava na escola desde a 1ª série. O pai, Valdir dos Santos Nascimento, contou que ela adorava estudar e que tem outras duas filhas na escola. “Não quero que elas voltem para lá. Minha filha era uma aluna exemplar”, disse. Revoltado, Valdir disse que o que aconteceu não foi por falta de segurança. “Foi uma ação feita por um idiota e qualquer um poderia ter feito isso”.
Luiza Paula da Silveira, 14
Laryssa Silva Martins, 13
Rafael Pereira da Silva, 14
Ana Carolina Pacheco da Silva, 13
Um menino de 13 anos que não teve o nome divulgado.
Fonte: Folha de São Paulo