Prefeito de Birigui foi fotografado segurando uma grande bandeira do Brasil junto com outros manifestantes durante ato na rodovia Marechal Rondon, em Birigui, na segunda-feira (Foto: Divulgação)
A Promotoria de Justiça de Birigui (SP) encaminhou à PGJ (Procuradoria-Geral de Justiça), representação pedindo que seja investigada a participação do prefeito Leandro Maffeis (Republicanos), no ato realizado na rodovia Marechal Rondon (SP-300), contra o resultado da eleição presidencial de domingo (30).
O pedido de investigação foi recebido pelos canais digitais do Ministério Público, no qual o denunciante afirma que o chefe do Executivo municipal estaria praticando crime contra o Estado Democrático de Direito, ao participar de ato que impede o direito de ir e vir das pessoas, ao invés de estar na Prefeitura.
Na representação foi anexada foto de Maffeis segurando uma grande bandeira do Brasil, no canteiro central da rodovia, entre duas viaturas da Polícia Militar, junto com outros três manifestantes. Ao fundo é possível ver caminhões parados na faixa da direita da pista leste (sentido capital) e outra bandeira nas cores verde e amarelo, presa a um guindaste que está em área além do acostamento.
Outra foto publicada no Instagram também foi anexada e mostra o prefeito de Birigui junto com manifestantes. Esta postagem tem o título: “Prefeito de Birigui presente na paralisação”, seguido dos comentários: “Prefeito não tem que trabalhar não?” e “Liderando golpismo”.
A reportagem encaminhou e-mail à assessoria de imprensa do MP-SP, que confirmou que a representação já chegou à Procuradoria-Geral de Justiça, responsável por investigar crimes de prefeitos, e está sendo analisada.
Ainda na segunda-feira (31), quando as imagens de Maffeis na Marechal Rondon passaram a circular em grupos de WhatsApp e nas redes sociais, ele publicou nota negando que estivesse participando do ato contra o resultado das eleições, alegando que visitou o local para averiguar as condições do protesto.
“Estão circulando imagens de minha visita à manifestação pacífica de caminhoneiros que estão protestando à beira da Rodovia Marechal Rondon, SP-300.
Informo que realizei a visita ao local para averiguar as condições do protesto. Conversei com as autoridades policiais presentes para entender os fatos e assegurar que NÃO HAJA QUALQUER ILEGALIDADE nos protestos, mas que também sejam respeitadas as liberdades dos manifestantes pacíficos.
Afirmo que compreendo o momento de tensão e reafirmo que prezo o direito de manifestação dos cidadãos.
Não compactuarei jamais com o BLOQUEIO TOTAL das rodovias nem com QUAISQUER ATOS de violência que possam ser cometidos. A estas ações, que se aplique o rigor da lei.
No demais, peço a todos que tenham consciência cívica e que, se forem realizar manifestações, preservem acima de tudo a legalidade e os princípios constitucionais”.
Birigui é um dos principais redutos bolsonaristas na região de Araçatuba, cidade onde o presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu 49.166 votos, o equivalente a 73,22%, contra 17.980 votos de Luís Inácio Lula da Silva (PT), com 26,78%.
Maffeis fez campanha para o atual presidente e inclusive teve uma perua Kombi apreendida por determinação da Justiça Eleitoral às vésperas das eleições, por conter propaganda eleitoral em favor de Bolsonaro em tamanho superior ao permitido pela legislação eleitoral.
Nesta quinta-feira, o prefeito de Birigui fez uma postagem na página dele no Instagram, informando que foi o prefeito Republicanos com maior percentual de votos para o candidato Tarcísio de Freitas, que venceu a eleição para governador do Estado e foi apoiado por Bolsonaro. Em Birigui Tarcísio teve 73,95% dos votos (47.536), contra 26,05 de Fernando Haddad (PT), que recebeu 16.748 votos.
