Pelo direito de viver e se expressar. Pela democracia.

Os brutais assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista Anderson Gomes e a comoção e mobilização provocadas pelo episódio emparedaram o Palácio do Planalto empenhado em transformar eventuais resultados em segurança pública em uma bandeira eleitoral do Governo. A investigação dos crimes está em vias de ser oficialmente federalizada a pedido do Ministério Público. Se o for, pode ser uma nova dor de cabeça para o presidente não eleito Michel Temer, responsável por decretar a intervenção no Estado. O planejamento do interventor, o general do Exército Walter Souza Braga Netto, nem foi apresentado e ele já terá de lidar com uma delicada apuração que pode envolver policiais e/ou milicianos que atuam nas comunidades onde Marielle transitava.

Quatro dias antes de ser morta, a vereadora Marielle criticou a atuação policial na comunidade de Acari. “O que está acontecendo agora em Acari é um absurdo! E acontece desde sempre! O 41° batalhão da PM é conhecido como Batalhão da morte. CHEGA de esculachar a população! CHEGA de matarem nossos jovens!”, afirmou em seu Twitter.

Conhecida por ser corajosa, ela não media suas palavras ao reclamar do que considerava uma injustiça. Sua família temia que, ao se tornar vereadora, ela poderia amplificar essa indignação, mas também se transformar em uma vítima. O deputado federal Chico Alencar, colega de partido de Marielle, relatou que a mãe da vereadora temia seu assassinato por ela ser muito “briguenta”. Mas desconhece se ela havia sofrido alguma ameaça. “Ela incomodava pequenas e grandes máfias”, relatou, sem denominar quem seriam os incomodados.

O assassinato de Marielle mostra o quão perigoso é viver no Brasil e lutar pela democracia. A comunidade internacional está chocada.

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