Guarda municipal é condenado a 14 anos de prisão por matar gerente de posto em Birigui

Réu participou de reconstituição do crime e alegou legítima defesa (Foto: Lázaro Jr./Arquivo)

O guarda municipal Vilter José Vilela, de Birigui (SP), foi condenado a 14 anos de prisão no regime fechado pelo assassinato de Jean Ciriaco da Cunha, gerente do posto de combustíveis onde a namorada do réu trabalhava.

O crime a aconteceu em março de 2020 e o julgamento pelo Tribunal do Júri aconteceu nesta terça-feira (5), no Fórum de Justiça da cidade. A sentença foi proferida no início da noite e Vilela foi condenado conforme a denúncia, por homicídio duplamente qualificado pelo recurso que dificultou a defesa da vítima e por motivo torpe.

A defesa do réu foi feita pelo advogado Élber Carvalho de Souza, que alegou legítima defesa, e irá recorrer da decisão.

Consta na denúncia do Ministério Público que a namorada de Vilela era frentista no Posto Pérola e o namorado dela tinha ciúmes por ela manter contato diário com o gerente do posto e por imaginar que ela seria assediada por ele.

Segundo a denúncia, o guarda municipal teria decidido matar Cunha após ser proibido de ir ao estabelecimento durante o expediente da namorada dele, por estar atrapalhando a rotina de trabalho.

Na madrugada de 26 de março de 2020 ele teria rendido a vítima quando ela chegava de carro ao trabalho, pouco depois das 5h45. Armado com duas pistolas, uma calibre 380 e outra calibre 7.65, ele teria obrigado o gerente do posto a levá-lo no carro dele, um Honda Civic, até a rua Madalena Marques Galhego, próximo a uma subestação de energia da CPFL Paulista.

Nesse local Ciriaco teria tentado fugir, mas foi perseguido, houve luta corporal e após conseguir se afastar, ele teria sido baleado nas costas. Mesmo ferido ele teria corrido até próximo da esquina com a rua Sebastião Matos Sabino, onde teria sido dominado e levado mais quatro tiros.

Segundo a denúncia, Câmeras de monitoramento captaram o réu caminhando pela rua José Balani após os disparos. Uma testemunha também o teria visto após ouvir tiros e encontrado o corpo, que depois foi localizado por guardas municipais, procurados pela esposa da vítima, que o rastreou pelo celular.

O cadáver estava distante cerca de 80 metros do carro de Ciriaco e o celular foi encontrado apenas dois dias depois, em um terreno às margens da avenida Paulo da Silva, cerca de 200 metros do local onde o corpo foi localizado.

Para a defesa, em momento algum o guarda municipal teve a intenção de matar. O réu, que aguardava julgamento preso, alega que havia procurado a vítima para conversar sobre a forma que a namorada dele estaria sendo tratada durante o trabalho.

De acordo com a versão dele, Cunha estaria com uma pistola que usou para rendê-lo e obrigá-lo a entrar no carro.

O Júri foi presidido pelo juiz Adriano Pinto de Oliveira, que determinou não concedeu ao réu o direito de recorrer em liberdade. O Ministério Público foi representado pelo promotor de Justiça Rodrigo Mazzili.

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