Contra o machismo, contra o estupro. Podia ser sua mãe…

20140330095602924114iO barbarismo e a cultura de ódio estão crescendo no Brasil. Resultado da falta de educação, de respeito pelo outro e da quase total ausência de valores familiares ou sociais. Não se pensa no outro e só em si, e de forma extremamente ignóbil que não se percebe que se todos tiverem direitos e lutarem juntos, todos ganham mais em todos os sentidos.

Nessa selva de bestas avidas por terror, nós (sou mulher) mulheres somos quem mais perdemos, algumas perdem ainda mais (pelo racismo e/ ou pobreza). Para nós, resta um país que trata a mulher como ser de segunda classe, dominado por homens que parecem que não tem mães, irmãs ou filhas.

estupro

Uma menina de dezesseis anos foi estuprada por mais de 30 homens e exibida como troféu nas redes sociais. Um troféu por doparem e violarem covardemente. Homens que não são homens e nem mesmo animais, mas bestas, bestas demoníacas que por viverem em um país onde a impunidade é a lei quando se trata de violência contra a mulher, se vangloriaram de sua barbárie. Estupradores devem ser presos imediatamente, devem nunca poder sair da cadeia com indultos, porque não tem salvação, tem mente doentia incurável. O que fizeram foi espalhar o terror e acabar com com muitos sonhos.

Como mulheres, passamos a ter medo de novos parceiros, porque não conhecemos sua índole. Amigos? Será que são mesmo? Como posso me divertir se quando um homem inescrupuloso for criar uma cilada e eu estiver vulnerável e sem forças físicas superiores, ainda serei culpada por ter caído em uma armadilha? Será que os homens “de família” deverão ser estuprados para que estupradores sejam punidos imediatamente? E o caso da menina de Bauru violada coletivamente em area central da cidade? A polícia não pesou a mão com os bandidos como pesou com jovens que deram festa com som alto. Que tipo de país é esse? Que tipo de valores estamos tendo?

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A culpa nunca é da vítima. A culpa é e sempre será do criminoso. Ou quando o World Trade Center caiu a culpa foi dos construtores que fizeram um prédio ali e não dos terroristas?

Punição já.

Podia ser eu, uma amiga, podia ser a namorada de alguém, a mãe, a filha, a irmã, uma tia querida, seja quem for, ela é ELA em sua individualidade. NOS RESPEITEM! RESPEITEM NOSSO CORPO, NOSSA LIBERDADE, NOS DEIXEM IR E VIR SEM SER VIOLADAS. DIZER NÃO É NOSSO DIREITO, TER DIREITO É UM DIREITO!

Foto de TODAS Fridas.
Segue um texto de Luara Colpa que foi bastante compartilhado ontem na internet e resume bem a situação:

“Trinta.
Vinte e nove
Vinte e oito
Vinte e sete
Vinte e seis
Vinte e cinco
Vinte e quatro
Vinte e três
Vinte e dois
Vinte e um
Vinte
Dezenove
Dezoito
Dezessete
Dezesseis
Quinze
Quatorze
Treze
Doze
Onze
Dez
Nove
Oito
Sete
Seis
Cinco
Quatro
Três
Dois
Um
Nenhum.

Eu tiraria todos – um por um – de cima de você neste momento irmã. Eu limparia seu corpo, tiraria o som dos seus ouvidos, o cheiro deste lugar, as lembranças. Se o tempo voltasse, eu os impediria de terem saído de casa. Todos eles.

Eu desligaria os celulares, os computadores, tiraria baterias dos carros, dos ônibus. Eu faria feitiço, veneno, poção, dor de barriga para todos. Trinta.

Eu te levantaria daí e te levaria pra ver o pôr do Sol no Arpoador, se o mundo girasse ao contrário… Mas o mundo não gira.

Foram Trinta.

Um ex-companheiro e vinte e nove “amigos”. Nenhum deles se compadeceu. Vinte e nove seres humanos toparam se unir à um criminoso.

Trinta.

Trinta e um agora compartilharam. Trinta e dois riram. Trinta e três justificaram. Trinta e quatro se excitaram, trinta e cinco procuram o vídeo neste momento.

Agora o número se torna uma projeção geométrica. A misoginia aparenta infinita, o ódio e o machismo aparentam grandiosos demais. A primeira reação do público masculino em geral é ver o vídeo.

No entanto, quando pensei que fôssemos só nós duas, olhei para o lado e vi três, quatro, cinco. Chegaram seis, sete, oito, trinta.

Em segundos fomos noventa, cem, mil, somos milhares por você. Aquele som, aquele cheiro… Queremos que sua memória apague, mana

E que o mundo nos ouça: “A CULPA NUNCA É DA VÍTIMA”. Que ecoe.

Que ecoe: Daqui vocês não passam. Não passarão.

Que cada uma de nós seja porta voz do ocorrido. Se a grande mídia não denuncia a violência contra a mulher periférica, que nossas mãos sejam denúncia.

Na violência contra a mulher todas metemos a colher.

DENUNCIE.

No site do Ministério Público, Polícia Federal e disque 180. Mexeu com uma, mexeu com todas.”

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