A APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Birigui deu início a um projeto pioneiro e emocionante: a primeira orquestra mista do Brasil composta por pessoas com deficiência intelectual e autismo. A orquestra, que conta com instrumentos de percussão, sopro e cordas, terá sua estreia oficial em dezembro no Sesi de Birigui, com apresentações programadas para outras cidades da região no início de 2025.
O pré-lançamento aconteceu nesta quarta-feira (13), em Birigui, e contou com a presença da dupla sertaneja Luiz Henrique e Léo.
Fundada há 54 anos, a APAE de Birigui é uma OSC (Organização da Sociedade Civil) sem fins lucrativos dedicada à assistência, educação e saúde de pessoas com deficiência intelectual múltipla e autismo. Nos últimos cinco anos, a instituição vem promovendo um projeto de inclusão pela música, possibilitado pela Lei Rouanet, que permite às empresas destinar parte de seu imposto de renda para projetos culturais.
O projeto musical, que já passou por diversas fases, começou com a revitalização da fanfarra da APAE, seguido de uma experiência teatral com a peça “Memórias de Emília”, uma adaptação inspirada na obra de Monteiro Lobato. Este ano, a nova fase do projeto trouxe instrumentos orquestrais mais complexos, como instrumentos de sopro e cordas, possibilitando a formação da primeira orquestra mista da APAE no Brasil.
Segundo a coordenação, o projeto visa não apenas desenvolver habilidades musicais, mas também estimular o protagonismo e o desenvolvimento cultural dos participantes, além de promover a inclusão. “Antes de serem pessoas com deficiência, são seres humanos que merecem o direito de se expressar artisticamente” , afirmou Cristiane Silva, coordenadora de projetos da APAE em Birigui.
A apresentação inaugural da orquestra acontecerá nos dias 17 e 18 de dezembro no Sesi de Birigui, e os integrantes também devem se apresentar em cidades vizinhas como Araçatuba, Penápolis e São José do Rio Preto nos próximos meses. Além de valorizar o esforço dos alunos, a orquestra demonstra o impacto positivo dos projetos culturais e o poder transformador da inclusão através da arte.
Financeiro
Com uma rotina de trabalho diário para mais de 260 alunos e usuários, a APAE de Birigui enfrenta desafios financeiros. Apesar das verbas advindas de incentivos fiscais, a instituição complementa sua receita com eventos beneficentes como bingos, leilões e festivais, pois os recursos públicos são insuficientes para cobrir todos os custos, que incluem desde os salários de profissionais especializados até materiais e equipamentos para atividades.
Para aqueles que queiram apoiar a APAE de Birigui e sua missão, a organização continua aberta a novas parcerias e incentivos, demonstrando que, com união e criatividade, é possível ampliar as oportunidades para todos.:hoje mais