Provedor diz que a Santa Casa não pode ser vista como instrumento político
“É preciso vocação. Queremos pessoas que sejam participantes assíduas e que deem o sangue pela entidade”, diz Claudionor Aguiar Teixeira em conversa com o Hojemais Araçatuba sobre as mudanças no estatuto e os caminhos do hospital após período de turbulência
Após meses de turbulência, a diretoria da Santa Casa de Araçatuba (SP) saiu vitoriosa em assembleia realizada na última terça-feira (8), ao conseguir aprovar as mudanças propostas no estatuto da entidade.
Por decisão dos associados, foi extinta a OSS (Organização Social de Saúde) Irmandade da Santa Casa de Araçatuba, que estava inativa, e o Conselho de Administração, que era relacionado à OSS.
Também foi decidido pela criação de um novo conselho e uma eleição para nova diretoria foi marcada para 8 de março, quando apenas os associados poderão se inscrever e votar.
Segundo o provedor da Santa Casa, Claudionor Aguiar Teixeira, as mudanças eram necessárias para o bem do hospital, que de acordo com ele tem um movimento mensal médio de R$ 16 milhões e não pode ficar na mão de pessoas despreparadas.
“A Santa Casa não pode ser vista com um instrumento político, para se fazer parte por status. É preciso vocação. Queremos pessoas que sejam participantes assíduas e que deem o sangue pela entidade”, comenta.
Com as mudanças aprovadas em assembleia, a partir de agora passará a ter um Conselho composto apenas por associados. Isso porque a diretoria entendia que seria prejudicial ao funcionamento do hospital a participação de pessoas estranhas, por não conhecerem o dia a dia da instituição.
O Conselho de Administração que foi extinto era composto por 11 membros, sendo seis associados da Santa Casa, quatro eleitos pelos demais membros do conselho, dentre pessoas da comunidade; e um eleito pelos funcionários do hospital.
Sobre a possibilidade de o Conselho de Administração recorrer à Justiça contra as mudanças no estatuto, o provedor argumenta que a Assembleia é soberana e o que foi proposto foi aprovado por ampla maioria dos associados. “O reconhecimento da assembleia foi total e o direito à contestação é democrático e pode ser requerido”, comenta.
Sobre a eleição realizada no dia 3 pela Conselho de Administração, Claudionor entende que ela foi ilegal, porque os componentes do conselho votaram neles mesmos. “Foi uma coisa espúria, qualquer pessoa vê que é irregular”, argumenta.
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