Simone de Beauvoir disse que não se nasce mulher, se torna. A famosa escritora não poderia estar mais errada. Meninas recém-nascidas são mortas simplesmente por terem nascido mulheres. Mulheres usam burca, escondendo todo o corpo e deixando os olhos á mostra há cerca de trinta anos (não, não era uma tradição secular, e sim loucura de um regime extremista e machista), simplesmente porque são mulheres. A cada dez minutos, uma mulher é vítima de estrupo no Brasil, número superior ao de homicídios e um número massivamente feminino.
Mulheres são violentadas, espancadas, menosprezadas, assediadas e usurpadas meramente por serem mulheres, inclusive por outras mulheres. Nascer mulher ainda é motivo de temor e preconceito na maior parte do mundo. A maior parte das religiões colocam um Deus homem como o todo-poderoso. Fomos queimadas, deixadas a margem da história, e, hoje buscamos nosso lugar ao sol, simplesmente porque nascemos mulheres, em um mundo onde os cidadãos tem direitos, se esses cidadãos nascem com pênis. As mulheres são reificadas (objetificadas), vendidas ao lado de cervejas, carros, e produtos para se manter jovens e conquistarem homens.
O Dia das Mulheres, vem para lembrar que a luta é permanente e diária. Eu como mulher não quero dominar os homens, quero caminhar lado a lado, ser respeitada pelas minhas competências, ser amada pela minha essência, poder andar na rua à noite, poder ser solteira em qualquer idade, poder dizer ou não, dividir tarefas, e ter meus talentos reconhecidos por si próprios e não categorizados pela condição de mulher.
Feliz Dia das Mulheres a todas as guerreiras do cotidiano que batalham para sustentar a família, pelos seus sonhos, espaço e direitos.
Texto: Patricia Basseto
