As duas irmãs que foram alvo de mandados de busca cumpridos pela Polícia Civil de Coroados (SP) na semana passada, são suspeitas de terem se apropriado de R$ 12 mil de um cliente que obteve um crédito aprovado de R$ 20 mil com o Banco do Povo da cidade.
O Banco do Povo Paulista é gerenciado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado e oferece microcrédito produtivo para empreendedores com juros subsidiados.
Para cometer a suposta fraude, as investigadas teriam aberto uma conta no nome do cliente para depósito do valor obtido na forma de crédito com a entidade, mas repassado a ele menos da metade do depósito.
O caso passou a ser investigado justamente depois que esse homem procurou a delegacia. Ele registrou um boletim de ocorrência, relatando que foi ao Banco do Povo Paulista em Coroados após ter sido procurado pela irmã da agente financeira da instituição.
Essa irmã, que é conselheira tutelar na cidade, teria proposto a ele que solicitasse um empréstimo, na condição de MEI (Microempreendedor Individual), oferecendo a ele o valor de R$ 8.000,00.
Segundo a vítima, após o contrato ser assinado, sem que ela soubesse, as investigadas teriam aberto uma conta no nome dele, em um banco digital, utilizando fotografia digital . Nessa conta foi depositado um crédito de R$ 20.000,00, apesar de as investigadas terem transferido para ele, apenas os R$ 8 mil que haviam sido oferecidos na assinatura do contrato.
A suposta fraude só foi descoberta quando o cliente tentou abrir uma conta no mesmo banco digital e foi comunicado que já havia uma conta aberta no nome dele, com um depósito de R$ 20 mil e transferências realizadas.
A vítima apresentou à polícia os extratos bancários que comprovariam as movimentações bancárias e um inquérito foi instaurado, coordenado pelo delegado Nilton Aparecido Marinho.
Diligências complementares realizadas pelo Setor de Investigações da Delegacia de Coroados apurou que outras pessoas moradoras na cidade também teriam sido vítimas de fraude mediante obtenção de crédito do Banco do Povo.
Além disso, a polícia conseguiu identificar algumas pessoas que colaboraram na condição de testemunhas e apurou que a conselheira tutelar em Coroados também estaria envolvida em uma fraude semelhante, ocorrida no Banco do Povo de Gabriel Monteiro, em conjunto com um funcionário daquela agência.
Operação
Diante dos indícios dos crimes praticados, o delegado representou pela quebra de sigilo bancário das irmãs e pelo mandado de busca e apreensão nas residências e nos locais de trabalho de ambas. Eles foram cumpridos no dia 23 de outubro por policiais civis de Coroados, com apoio das equipes 2º e do 1º Distrito Policial de Birigui.
Foram apreendidos vários documentos, computadores e celulares, que serão encaminhados para perícia, para a sequência das investigações, que podem ajudar a identificar outros possíveis envolvidos.
A reportagem encaminhou e-mail à Prefeitura de Coroados e à assessoria de imprensa da Secretaria de Desenvolvimento do Banco do Povo pedindo informações sobre o caso, mas não houve resposta.:hoje mais
