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Ex-provedor da Santa Casa de Guararapes é preso

A Polícia Militar prendeu na noite de terça-feira (24) em Guararapes (SP), o ex-provedor da Santa Casa da cidade, Marcelo Luís Polycarpo Cosmai, que completa 60 anos no próximo dia 3 de julho. Ele foi condenado a 13 anos e 24 dias de prisão, acusado de desvio de dinheiro do hospital.

A sentença transitou em julgado e os mandados de prisão contra ele e contra o empresário Natanael Azevedo, 51, foram expedidos pela 1ª Vara do Fórum de Guararapes em 1 de julho do ano passado.

O empresário foi capturado ainda em julho do ano passado, em Buritama. Já Cosmai foi encontrado na noite de terça-feira por equipe da Polícia Militar em uma residência na rua Enoque Gonçalves Santana, no bairro Cohab.

A reportagem teve acesso ao julgamento de um recurso pelo TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) em agosto de 2023, que manteve as condenações. Nele consta que os dois foram denunciados por crime de dispensa de licitação fora da previsão legal e peculato.

Consta ainda que Cosmai foi provedor da Santa Casa entre 2010 e fevereiro de 2015, quando ocorreu intervenção municipal. Nesse período, ele teria realizado seguidas obras de reforma e ampliação no hospital, com repasses de prefeituras e de fundos de saúde.

Porém, essas obras reformas teriam sido realizadas sem licitação por meio da contratação da empresa de Natanael, que teriam sido superfaturadas. Ainda segundo a denúncia, o provedor passava o dinheiro para o empresário e depois receberia de volta parte dos valores em dinheiro.

Os pagamentos teriam sido feito mediante apresentação de notas fiscais falsas, incluindo trabalhos que não teriam sido realizados ou não correspondiam aos valores cobrados.

Com a intervenção municipal, Azevedo passou a cobrar R$ 200.000,00 que não teria recebido e denunciou o esquema, revelando que não havia feito reforma no pronto-socorro do hospital, apesar de ter recebido pelo serviço. Ainda de acordo com a denúncia, ele contou ainda que o provedor exigiu a entrega de parte do valor para ele em dinheiro.

Consta que auditoria apontou o desvio de R$ 220.000,00 da reforma do pronto-socorro para reforma de apartamentos particulares; irregularidades em um leilão de gado que teria arrecadado R$ 78.000,00, mas contabilizados apenas R$ 11.000,00; desvio de finalidade de verba concedida pelo governo estadual no valor de R$ 200.000,00, sacados de uma só vez, sendo que a obra não foi realizada; irregularidades nas prestações de contas; problemas com as obras de construção e reformas; não realização de obras no pronto-socorro do SUS (Sistema Único de Saúde) e serviços executados no pronto-socorro particular, que correspondem a apenas 34,08% do valor do orçamento.

Para o relator do recurso, no caso em exame, houve dispensa da licitação com dolo direto, a fim de se apropriar das verbas destinadas às obras contratadas.

“Quanto ao peculato-apropriação, ficou evidenciado que os réus se apropriaram de dinheiro da Municipalidade e do Estado destinado à Santa Casa, desviando as verbas do hospital através de obras superfaturadas, como constatado em auditoria e narrado no testemunho do interventor” , consta na decisão.

O ex-provedor e o empresário foram condenados por seis contratações sem licitação, em continuidade, e por três peculatos, também em continuidade. No caso do ex-provedor, ele foi condenado por mais um peculato, relacionada à verba arrecadada com o leilão de gado.

A assessoria de imprensa do TJ-SP confirmou que Cosmai passou por audiência de custódia nesta quarta-feira (25) e deve ficar à disposição para início do cumprimento da pena.:hoje mais

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Juiz de Araçatuba é investigado após denúncia de assédio sexual contra servidora

Por unanimidade, desembargadores integrantes do Órgão Especial do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) decidiram pela abertura de um processo administrativo disciplinar para investigar denúncia de assédio sexual por parte do juiz de Direito de Araçatuba, contra uma servidora do Fórum da cidade, que trabalhava no gabinete dele. Entre outas coisas, ele teria feito comentários sobre o bumbum dela e pedido para ver uma tatuagem.

O magistrado também é investigado por possível assédio moral e por desvio de função, por pedir para servidores realizarem trabalhos acadêmicos para ele, e de faltas funcionais, por atrasar início de audiências de custódia e demorar para assinar alvarás de soltura, entre outras irregularidades.

Segundo o que foi apurado pela reportagem, a investigação teve início no ano passado, após denúncia feita por uma servidora que trabalha no Fórum de Justiça de Araçatuba. A servidora também protocolou denúncia na Ouvidoria da Mulher do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e à OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

Além disso, ela registrou boletim de ocorrência por assédio sexual e o procedimento de investigação criminal tramita no Órgão Especial do TJ-SP.

Ainda de acordo com o que foi apurado, o suposto assédio teria tido início em 2021, quando o juiz teria encontrado a servidora durante o trabalho no Fórum e feito um comentário pessoal sobre o bumbum dela, fazendo gestos com as mãos.

Após esse episódio, o magistrado teria passado a frequentar o setor de trabalho dela para tomar café e a questionou sobre a possibilidade de trabalhar no gabinete dele.

Apesar de ter ficado entusiasmada com a possibilidade de poder aperfeiçoar os conhecimentos profissionais, pois havia se formado em Direito, a servidora teria procurado colegas de trabalho para pedir conselhos sobre essa possibilidade, pois tinha receio de haver segundas intenções por parte do juiz. Por ser um cargo em comissão, que acrescia um valor ao salário mensal, ela aceitou.

Ainda de acordo com o que foi apurado, outro episódio que é investigado como possível assédio por parte do juiz ocorreu quando ela esteve em outra cidade na região para buscar um carro em uma concessionária. Por coincidência, ele também estava na cidade e a convidou para tomar um café, por meio de mensagem pelo WhatsApp.

Apesar de ela ter informado que iria demorar, o juiz teria ido ao encontro dela na concessionária e teria insistido para que ela fosse com ele tomar um chope com ele. Ele só teria desistido quando o mecânico, a pedido dela, informou que havia ocorrido um problema com a documentação do veículo, que iria demorar para ser liberada. Mais tarde, ele mandou mensagem a ela, para saber se havia chegado bem.

Já em maio de 2022, em outra conversa, o juiz teria pedido à servidora que deixasse ele ver as tatuagens dela, entre elas, uma considerada íntima pela vítima, que disse a ele que somente namorado ou marido poderiam vê-las. Apesar disso, ele teria insistido, alegando que não teria problema em ele ver.

Esse fato também foi relatado a colegas de trabalho e superiores da servidora na época, pois ela se sentiu constrangida com a situação. Apesar disso, a servidora seguiu trabalhando com o juiz, pois precisava do valor extra no salário para ajudar nas despesas de casa e com os filhos.

Alguns meses depois ela recebeu uma publicação de matéria sobre um juiz do trabalho que havia sido afastado do cargo acusado de assédio contra uma servidora e a encaminhou ao magistrado, como forma de demonstrar o descontentamento dela com a situação.

A partir daí, o juiz teria mudado a forma de tratar a ela e os demais servidores, e a reclamar da falta de produtividade por parte dela.

Apesar disso, em outra oportunidade, ele a teria chamado no gabinete dele, perguntado que perfume estaria usando e pedido para que deixasse sentir o cheiro dela. Mais uma vez os fatos foram relatados a colegas de trabalho e superiores.

Por fim, em outra ocasião, já em 2024, o magistrado teria perguntado à servidora se ela faria uma massagem nos pés dele, caso ele precisasse, pois ele estava em tratamento de um problema em um dos pés, que estava causando muitas dores.

Juiz confirmou em depoimento que comentou com servidora que o bumbum dela estava diferente

A reportagem apurou que ao ser ouvido em juízo, o juiz confirmou que teria feito um comentário sobre o bumbum da servidora, quando ela preparava um café, dizendo que ele estava diferente, inclusive fazendo gestos com as mãos, mostrando que estava maior.

Essa atitude, para o relator do caso, se configura incompatível com o decoro que se espera no ambiente de trabalho.

Com relação ao ocorrido quando se encontraram em outra cidade, ele também confirmou que a convidou para um café, que esteve na concessionária onde ela estava, após ela passar a localização, e que quando estava em casa, mandou nova mensagem, para saber se havia chegado bem.

Já sobre a tatuagem, o juiz concordou em depoimento que talvez tenha passado do limite, ao pedir para vê-la e insistido, apesar de a servidora ter lhe informado que era algo íntimo, que apenas namorado ou marido poderia vê-la.

Sobre o perfume, ele disse que apenas perguntou à servidora qual estava usando, pois iria comprar um de presente para a esposa e havia gostado do dela, que estaria “destacado”.

Ao rejeitar a manifestação da defesa e decidir pela abertura de um processo administrativo disciplinar, o relator do caso considerou haver fortes indícios da prática de falta disciplinar por parte do magistrado, que reconheceu ter sido indelicado em algumas de suas abordagens.

Também foram levadas em consideração conversas trocadas entre as partes e registros de diálogos da servidora com outros colegas de trabalho, que tinham conhecimento sobre o comportamento inadequado do juiz com relação à vítima.

Ainda segundo o que foi apurado pela reportagem, diante do constrangimento ao qual vinha sofrendo, a servidora passou a pedir que a filha dela, que fazia estágio no Fórum, a acompanhasse no gabinete dela quando precisava trabalhar após o expediente, para evitar abordagens indesejadas.

Pesou ainda contra o magistrado, o fato de ele ter tentado justificar as acusações contra ele por parte da servidora, alegando que ela seria a responsável pela situação, com comentário depreciativo em relação à vítima.

Com relação à investigação por possível assédio moral contra o juiz, pesa um comentário que ele teria feito na presença da servidora, com relação a um ex-funcionário, já aposentado, e pessoa de mais idade, dizendo que ela poderia namorá-lo, já que ele estaria solteiro.

Também há denúncia de que o juiz teria o hábito de atrasar para chegar nos plantões de audiência de custódia, afrontando os deveres de pontualidade, diligência e dedicação, previsto no Código de Ética da Magistratura.

Além disso, houve reclamações com relação à demora na assinatura de alvarás de soltura para presos que obtiveram a liberdade provisória nas audiências, demora essa que teria chegado a três dias em uma ocasião.

Por fim, ele teria designado a assistentes que realizassem trabalhos acadêmicos para ele, o que pode configurar desvio de função. Essas atitudes, para o relator, colocariam em xeque a confiança que os magistrados devem despertar na sociedade.

Assim, serão investigadas possíveis violações da Loman (Lei Orgânica da Magistratura Nacional) e possíveis violações de resolução do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e do Código de Ética da Magistratura), sobre os deveres de cortesia, honra, decoro e integridade.

A reportagem encaminhou e-mail à assessoria de imprensa do TJ-SP, questionando sobre quais punições o juiz está sujeito e se durante a investigação, ele permanecerá trabalhando na mesma Vara ou será transferido. Em resposta, foi informado que o TJ-SP não se manifesta sobre processos em trâmite.

A informação apurada pela reportagem é de que ele permanece trabalhando, mas a servidora vítima, que fez a denúncia, foi transferida para outra Vara.:hoje mais

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Carreta de mamografia inicia atendimento em Araçatuba nesta terça

A unidade móvel está instalada na praça Rui Barbosa, na região central da cidade (Foto: Divulgação)

A carreta do programa Mulheres de Peito, do governo do Estado, começa a fazer exames de mamografia gratuitamente em mulheres do de Araçatuba nesta terça-feira (24). A unidade móvel está instalada na praça Rui Barbosa, na região central da cidade.

Para fazer o exame, mulheres de 50 a 69 anos precisam levar apenas um documento de identidade com foto e o cartão do SUS (Sistema Único de Saúde), enquanto as de 35 a 49 anos e acima de 70 anos, devem apresentar pedido médico, RG e cartão SUS.

O serviço estará disponível  no município até 5 de julho e os atendimentos serão mediante distribuição de senhas no período da manhã. Serão 50 exames de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, e 25 aos sábados, quando o atendimento é feito das 8h às 12h.

Segundo a Prefeitura, a vinda da carreta para Araçatuba foi articulada pelo pastor Esdras Santana, da Assembleia de Deus Madureira, com apoio do deputado estadual Oseias de Madureira. A iniciativa tem o apoio do Fundo Social de Solidariedade e da Secretaria Municipal de Saúde.

As imagens capturadas no mamógrafo serão entregues imediatamente após o exame. Já o laudo será disponibilizado em até 48 horas e poderá ser acessado no site do programa Mulheres de Peito, por meio de login e senha informada durante o atendimento.

Em caso de alteração, as pacientes serão contatadas e acompanhadas pela atenção básica da cidade. Se necessário, a mulher receberá encaminhamento para realização de exames complementares e tratamento na rede Hebe Camargo, serviço de referência do município.

Em nota, o secretário municipal de Saúde, Daniel Martins Ferreira Júnior, explica que a mamografia é o exame mais importante para a detecção precoce do câncer de mama, uma vez que ajuda a identificar nódulos que podem ser imperceptíveis no autoexame das mamas. “Quanto mais cedo o diagnóstico, maiores as chances de cura” , afirma.

Com o programa Mulheres de Peito, o governo do Estado quer ampliar o acesso e incentivar as mulheres a realizarem exames de mamografia pelo SUS. A unidade móvel é equipada com tecnologia digital e conta com uma equipe multidisciplinar formada por técnicos em radiologia e agente administrativo.:hoje mais

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