Leandro Maffeis compareceu em depoimento, mas não respondeu a perguntas de integrantes da comissão (Foto: Reprodução)
“Essa comissão é tendenciosa; eu também sei ser pessoal; tô indo agora falar com o Leandro (Maffeis); vai ter que sair outro mandado de segurança, senão a coisa vai para o lado pessoal”, teria dito Thiago Zingarell
Vereadores que compõem a CP (Comissão Processante) que investiga denúncia de suposta fraude no chamamento público emergencial para contratação da gerenciadora do pronto-socorro municipal de Birigui denunciaram uma suposta ameaça feita por Thiago Zingarelli.
Ele é advogado da BHCL (Beneficência Hospitalar de Cesário Lange), OSS (Organização Social de Saúde) que venceu o chamamento público e assinou o contrato emergencial no valor mensal de R$ 2,3 milhões.
O boletim de ocorrência foi registrado pelo presidente da comissão, Zé Luís Buchalla (Patriota), e pelo relator, Wagner Mastelaro (PT). A suposta ameaça, de acordo com o boletim de ocorrência, teria sido feita ao término do depoimento do ex-vereador José Fermino Grosso, autor da denúncia. Ele foi ouvido de forma remota na manhã de terça-feira (28), por determinação da Justiça, pois se recupera de um problema de saúde em casa.
Consta no boletim de ocorrência que Zingarelli havia prestado depoimento anteriormente e teria permanecido em plenário para acompanhar o depoimento de Fermino. Ao término dos trabalhos, quando os vereadores assinavam os documentos, o advogado da OSS teria se aproximado e, com o dedo levantado, dito: “Essa comissão é tendenciosa; eu também sei ser pessoal; tô indo agora falar com o Leandro (Maffeis); vai ter que sair outro mandado de segurança, senão a coisa vai para o lado pessoal”.
A defesa do prefeito de Birigui, Leandro Maffeis (PSL) entrou com mandado de segurança na Justiça e conseguiu uma liminar para ele ser ouvido apenas depois de ser colhido o depoimento de Fermino, o que atrasou os trabalhos da comissão em mais de 20 dias
A reportagem teve acesso a um vídeo feito pelo sistema de monitoramento da Câmara Birigui, que mostra Zingarelli acompanhado do ex-secretário de Governo, Paulo Henrique Marques de Oliveira, no plenário e seguindo em direção ao setor destinado aos vereadores.
Após dizer algo a alguém que estaria nesse setor, ele caminha em direção à saída do plenário. Já próximo da porta ele dá um chute. Segundo o boletim de ocorrência, esse chute teria sido dado em uma das cadeiras no plenário, sem entretanto, causar danos. Para os vereadores, a atitude foi vista como uma ameaça velada, presenciada por testemunha
Nesta quarta-feira (29), a CP concluiu a fase de interrogatórios, com a presença do prefeito. Apesar de ter atendido a convocação, ele não respondeu a perguntas dos integrantes da comissão. Maffeis respondeu apenas a perguntas feitas pelo advogado dele, Maurício Cristovam de Oliveira Júnior.
Ele declarou que a CP é política, instaurada a partir de denúncia sem fundamento feita por Fermino, que perdeu a eleição para ele e que queria ser o secretário municipal de Saúde de Birigui.
Ao término dos trabalhos, o presidente da comissão deu entrevista à assessoria de imprensa da Câmara e citou que Maffeis utilizou do direito constitucional dele de não responder aos questionamentos durante depoimento. “Agora, temos como próxima etapa a elaboração do relatório final”, informou.
A comissão tem até o final de janeiro para concluir esse relatório e enviá-lo para votação em plenário. Essa fase de interrogatórios deveria ter sido encerrada em 6 de dezembro, data que seria o colhido o depoimento do prefeito de Birigui.
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