A dona de casa Lucilene Cardoso de Oliveira, 37 anos, percorreu três Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de Araçatuba entre esta segunda (22) e terça-feira (23), à procura da vacina pentavalente, que Francisco, seu filho de dois meses, precisa tomar, conforme o calendário vacinal elaborado pelo Ministério da Saúde.
Ela, que mora no Jardim Jussara, esteve na UBS do Iporã, Morada dos Nobres e até na do São José, mas a resposta foi uma só nos três lugares: “Não há doses disponíveis”.
Vanessa Matesco de Oliveira, 35, também moradora de Araçatuba reclamou via rede social sobre a falta da vacina pentavalente nos postos de saúde da cidade. Esta seria a última dose da vacina que sua filha Beatriz, de apenas 6 meses deveria tomar. A informação que foi passada para a mãe é de que as vacinas vão chegar no final de setembro ou começo de outubro.
Para garantir a saúde de sua filha, ela teve que pagar pela vacina o valor de R$240,00. “Ela custa R$260,00, mas me informaram que estão vendendo por R$240,00 já que está em falta na saúde pública”, explica. Vanessa diz ainda que há muitas mães a procura da vacina nos postos de saúde.
A vacina está em falta em Araçatuba e em vários outros municípios paulistas, como Birigui, Buritama, Santo Antônio do Aracanguá, Santópolis do Aguapeí e Guararapes. Não há previsão de quando novas doses estarão disponíveis na rede pública de saúde.
Em clínicas particulares de Araçatuba, a dose custa entre R$ 230,00 e R$ 280,00, e a procura aumentou 30% .A vacina pentavalente protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e haemophilus influenza B. Conforme o calendário vacinal do Ministério da Saúde, os bebês devem tomar três doses, aos dois meses, aos quatro meses e aos seis meses de vida. O reforço deve ser feito com um ano e três meses.
“Eu estou com muito medo, porque meu bebê está desprotegido. Ele deveria tomar a vacina ao completar dois meses, mas eu não tenho condições de pagar”, afirma Lucilene, que chegou a pensar em fazer uma vaquinha virtual para pagar a vacina para o filho.
O Ministério da Saúde informou que os lotes mais recentes da pentavalente recebidos do laboratório indiano Biologicals E Limeted India foram reprovados pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
As vacinas que chegam ao Brasil são compradas por meio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), que adquiriu 4 milhões de doses de outro laboratório indiano. As vacinas devem chegar entre este mês e outubro, mas não há previsão de quando os estoques serão normalizados.
A orientação para os pais é que evitem sair com seus bebês enquanto eles não forem vacinados. Evitar a exposição dos bebês, principalmente em locais públicos com grande movimentação, é uma forma de protegê-los enquanto não há a regularização dos estoques nas vacinas na rede pública de saúde.