O secretário de Governo da Prefeitura de Birigui (SP), Paulo Henrique Marques de Oliveira, foi exonerado do cargo nesta segunda-feira (27), conforme decreto publicado no Diário Oficial do Município. No período da
manhã a assessoria de imprensa havia divulgado nota informando que ele havia protocolado requerimento solicitando a exoneração.
Ainda segundo o que foi publicado, ele estaria deixando o cargo para tratar de questões familiares. Na mesma nota consta que o prefeito Leandro Maffeis (PSL) aceitou o pedido e agradeceu ao secretário “pelo trabalho desenvolvido com muita competência à frente da Secretaria de Governo neste ano”.
Paulo Henrique trabalhou na campanha do atual prefeito e fazia parte da equipe de governo desde o início do mandato, em janeiro. Entretanto, ele virou alvo de investigação após a instauração de uma CP (Comissão Processante) na Câmara, para apurar denúncia de suposta fraude no chamamento público emergencial para contratação emergencial de uma OSS (Organização Social de Saúde) para gerir o pronto-socorro municipal.
Segundo a denúncia, em 8 de julho Paulo Herinque teria entregado cópia do chamamento público a Thiago Zingarelli, que é advogado da BHCL (Beneficência Hospitalar de Cesário Lange). Dias depois essa entidade venceu o chamamento público emergencial e assinou contrato de pouco mais de R$ 2,3 milhões mensais com a Prefeitura. Zingarelli também é advogado do Isma (Instituto São Miguel Arcanjo), que antes da BHCL assumir, era a responsável pela contratação dos médicos do pronto-socorro.
Em depoimento à CP, o então secretário de Governo confirmou ter encontrado Zingarelli naquela data, na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Tatuí, que também é administrada pela BHCL. Entretanto, disse que foi encontrar o advogado para pegar orçamentos para o contrato de gestão da ESF (Estratégia da Saúde da Família), a pedido da Secretaria Municipal de Saúde.
Ele inclusive viajou com um carro da Secretaria de Saúde e no mesmo dia esteve em um shopping em
Sorocaba. Em depoimento, Paulo Henrique disse que foi de carona no carro de Zingarelli até Sorocaba, para ser apresentado a Hudson Nilton Ramos, que seria diretor da Agem (Agência Metropolitana de Sorocaba) na época.
Alegou ainda que teve que voltar com o carro da Prefeitura para Sorocaba porque havia esquecido a mochila na Agem e Hudson a teria levado até o shopping para devolvê-la.
Essa agência enviou ofício à Comissão Processante informando que naquela data o atendimento presencial estava suspenso devido à pandemia do coronavírus. O documento é assinado pelo diretor adjunto, Fabiano Doretto Pagioro, com data de 17 de dezembro.
Após ser questionada pela reportagem sobre a suposta visita, a assessoria de imprensa da Agem divulgou nota informando que não possui nenhum assunto que se relacione com o município de Birigui no que diz respeito a questões metropolitanas e funções de apoio.
Apesar disso, Hudson também apresentou uma declaração confirmando ter recebido Paulo Henrique e Zingarelli em 8 de julho, apesar de a agência estar fechada. Ele alegou que o atendimento aos dois aconteceu na antessala da Secretaria da Fazenda, prédio que abriga a Agem, por isso não foi registrada a presença dos visitantes.
A Prefeitura não informou quem deverá ser indicado para a Secretaria de Governo.
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