A Prefeitura de Birigui (SP) mandou uma nota na tarde desta sexta-feira (6), argumentando que a secretária municipal de Saúde, Cássia Rita Santana Celestino, abandou o prédio da Câmara durante audiência pela manhã, somente após ser insultada verbalmente por um vereador.
Ela foi convocada pela Comissão de Saúde do Legislativo municipal para tratar das providências tomadas após a morte de Miguel Grijota da Silva, 4 anos, no último sábado (31). O menino foi levado para o pronto-socorro municipal durante a madrugada, após ser picado por um escorpião.
Ele não foi medicado para tratamento com soro antiescorpiônico na unidade e somente no início da tarde foi transferido para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) Neonatal e Pediátrica da Santa Casa de Araçatuba. Apesar de ter recebido o soro após a internação, ele morreu cerca de duas horas depois.
Na nota enviada pela assessoria de imprensa, a Prefeitura informa que é de conhecimento de toda população que houve o óbito envolvendo a criança atendida no pronto-socorro municipal e que em razão disso, a Câmara Municipal instituiu uma Comissão de Saúde com a finalidade de obter “apenas” informações quanto aos fatos ocorridos na Unidade de Urgência e Emergência Municipal envolvendo a criança.
Ainda de acordo com a administração municipal, a secretária de Saúde compareceu com a finalidade de esclarecer os fatos, inclusive contribuindo com a verdade dos mesmos, bem como informando que a Secretaria está realizando toda a apuração dos fatos.
“Ocorre que, lamentavelmente, como se pode verificar na íntegra da gravação do respectivo depoimento junto ao site da Câmara Municipal de Birigui, a Secretária de Saúde de Birigui somente deixou o local após ser insultada verbalmente por um vereador, o que não constou nas imagens e vídeos veiculados aos sites e redes sociais, demonstrando a divergência dos fatos e como eles realmente se sucederam”, cita a nota.
A Prefeitura argumenta ainda, que a Secretaria Municipal de Saúde enviou uma equipe do Conselho Municipal de Saúde à casa da família do menor a fim de dar início aos esclarecimentos dos fatos e por diversas vezes, a própria secretária de Saúde colocou-se à disposição dos familiares para o que fosse necessário. “O respectivo vídeo, na íntegra, corrobora com as informações acima expendidas”, cita.
A secretária já havia advertido o vereador André Fermino (PSDB) que deixaria o prédio caso ele desviasse do assunto ou se fosse desrespeitada, conforme consta na matéria publicada no início da tarde . A sessão foi transmitida ao vivo e a gravação está disponível na reportagem na íntegra.
O desentendimento entre André Fermino e Cássia Rita se deu quando ele passou a citar a cronologia do contrato de gestão do pronto-socorro municipal, que teve início após a intervenção da Prefeitura em janeiro de 2021.
Para ele, a BHCL (Beneficência Hospitalar Cesário Lange), que administra a unidade de saúde, é a responsável pela morte de Miguel, por contratar médicos sem experiência, citando que houve no caso, no mínimo negligência.
Sobre a falta de providências por parte da Secretaria de Saúde, foram os familiares do menino que disseram, enquanto ela deixava o prédio, que a Pasta só tomou providências no caso na segunda-feira (2), após ser questionada pela família.
No início da audiência, a própria secretária disse que só teve conhecimento do caso na manhã de segunda-feira (2). Ela alegou que durante o final de semana, que foi da virada de ano, ficou incomunicável na cidade de Aparecida do Taboado (MS).hoje mais