Quase 300 mil litros de leite das marcas Líder e Parmalat adulterados com formol estão sendo comercializados em cidades de São Paulo e do Paraná, de acordo com o Ministério Público do Rio Grande do Sul. Promotores deflagraram na última sexta-feira (14/03) uma nova fase de uma operação contra fraudes na fabricação do produto no interior gaúcho. Ações de busca e apreensão ocorreram em oito municípios. Uma pessoa foi presa.
Cooperativas e transportadoras são suspeitas de aplicar formol, uma substância cancerígena, no leite como maneira de aumentar o volume do produto.
A LBR, empresa que comercializa as marcas Parmalat e Líder no país, adquiriu uma carga adulterada, segundo a Promotoria. Caixas da marca Líder foram enviadas para Lobato (PR), e da Parmalat, para Guaratinguetá (SP).
Autoridades pediram à empresa LBR que recolhesse o produto com suspeita de fraude dos mercados, o que não foi feito, segundo o promotor Alcindo Luz Bastos.
Análises feitas em 12 amostras coletadas em fevereiro em uma unidade de resfriamento em Condor (a 380 km de Porto Alegre) apontaram a presença de formol na matéria-prima, segundo a Promotoria. Por isso, foram pedidos mandados de busca e apreensão contra uma série de intermediários que atuam no processamento do produto. A fraude foi comprovada por meio de análises químicas do leite cru, onde foi possível identificar a presença do formol -que, mesmo depois da pasteurização, persiste no produto final.
O formol pode provocar danos no aparelho gastrointestinal, e a exposição frequente à substância tem efeito cancerígeno. O Instituto Nacional do Câncer afirma que não há níveis seguros de exposição ao formol, que é associado ao câncer de nasofaringe e leucemia. Segundo o Ministério da Agricultura, quem bebe leite adulterado não passa mal na hora –os malefícios surgem a longo prazo.
Fonte: Folha de São Paulo.