Carriata clama por justiça em Birigui

Participantes se reuniram no Parque do Povo e, durante o trajeto, promoveram um buzinaço

Parentes e amigos do estudante Bruno Lopes, de 20 anos, que morreu em acidente na madrugada de 1º de janeiro, em Birigui, fizeram uma carreata na manhã de sábado (13/01/2018) para cobrar justiça e empenho nas investigações. Eles se reuniram no Parque do Povo e percorreram por diversas ruas e avenidas em carros e motos. Durante o trajeto, os participantes promoveram um buzinaço.

A Polícia Militar e a Guarda Municipal acompanharam a carreata. Emocionados, os participantes fizeram uma oração antes da saída. Eles usavam camisetas com a foto do estudante. Segundo o tio e padrinho da vítima, o representante comercial Odair de Carvalho, de 43 anos, a ideia é não deixar o caso cair no esquecimento e fazer com que os motoristas se conscientizem mais no trânsito. “Fizemos para lembrar o que ocorreu, para homenageá-lo, mas, principalmente, para pedir justiça. Clamamos por uma solução”, contou.

Lopes bateu a moto que pilotava na lateral de um carro, no cruzamento entre a avenida Geracina de Menezes Sanches e a rua Dona Augusta Sanches, no bairro Vale do Sol, em Birigui. O veículo teria invadido a preferencial e interceptado a moto. O jovem chegou a ser socorrido, mas morreu antes de dar entrada no pronto-socorro.
A irmã da vítima, a secretária Michele Mari Lopes, de 26 anos, contou que, depois do falecimento do pai, o estudante ‘assumiu’ a chefia da casa. “Ele era uma pessoa responsável, trabalhador, educado e amigo de todos. Tudo o que ele fazia, antes nos consultava. Meu irmão estava muito feliz, pois fazia um mês que tinha comprado a moto”, disse.

Ela acrescentou que a vítima estava no 4º ano do curso de Farmácia e que tinha inúmeros planos que foram ceifados. “Ele dizia que venderia a moto e, com o dinheiro, compraria um carro para que eu e minha mãe não tomássemos chuva para irmos ao trabalho. Perdemos a nossa base”, ressaltou, emocionada. Michele destacou que a família aguarda que o casal seja condenado. “Queremos justiça, pois nossa família está despedaçada. Além disso, eles terão de pagar o conserto da moto”, observou.
O caso teve uma reviravolta, quando a mulher que declarou estar conduzido o carro envolvido na colisão, mudou sua versão do ocorrido. Após a exibição de imagens de câmeras de segurança de estabelecimentos comerciais próximos ao local do acidente, ela confessou que, na verdade, seu marido é quem estava dirigindo o automóvel.

A família do rapaz conseguiu as imagens, que foram levadas à Polícia Civil pelo advogado Jerônimo José dos Santos Júnior. As filmagens mostraram que, aparentemente, a mulher estava no banco do passageiro do carro, enquanto seu esposo conduzia o automóvel. Ele saiu do local antes da chegada da unidade do Resgate e dos policiais militares.

O delegado do 2º Distrito Policial, Eduardo Lima de Paula, que investiga o caso, contou que após o recebimento do material, imediatamente, a mulher foi conduzida ao distrito. A princípio, ela manteve a versão apresentada no dia do acidente. Porém, após a exibição das imagens ela se retratou.

A mulher negou, no entanto, que o esposo estava embriagado e afirmou que ele teria saído do local por medo de ser linchado por populares. O marido, segundo o delegado, se apresentou e, durante depoimento, manteve a versão da esposa, ou seja, que não tinha ingerido bebida alcoólica e que viu a luz da moto muito longe, quando iniciou a travessia.

Ela será autuada pelo crime de “autoacusação falsa”, uma penalidade de menor potencial ofensivo, prevista no artigo 341 do Código Penal e se comprometeu a comparecer no Juizado Especial Criminal quando for intimada. Já o marido dela deverá ser indiciado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.

Fonte: Folha da Região

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