Brasileiros voltam às ruas em favor da Lava Jato

Milhares de manifestantes se reúnem neste domingo 04/12 na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, na Esplanada nos Ministérios, em Brasília, e cidades do interior de São Paulo, como Campinas e Franca. Também há registros de manifestações na Bahia, Pernambuco e Minas Gerais.

O movimento organizado pelas redes sociais deve acontecer em cerca de 200 cidades no país,  em defesa a Operação Lava Jato e apoio ao juiz Sergio Moro.

André Muzell/Agif/Estadão Conteúdo

Manifestantes protestam contra corrupção no Farol da Barra, em Salvador

No Rio, a concentração começou às 10h, próximo ao posto 5. Ao som do hino nacional, manifestantes vestidos com a camisa do Brasil gritam “Fora, Renan”, em protesto contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e contra as mudanças feitas no pacote anticorrupção.

“Estão chegando grupos de todos os lugares: Ministério Público, Igreja, a população como um todo. Queremos chamar a atenção para a pressão que a Lava Jato está sofrendo e para os congressistas, que estão tentando fazer lei para salvar a própria pele”, disse Adriana Balthazar, uma das coordenadoras do Movimento Vem pra Rua-RJ, ao Estadão. De acordo com a manifestante, não é possível estimar a quantidade de pessoas esperadas para o protesto, mas será “grande”.

Fábio Motta/Estadão Conteúdo

No Rio, protesto se concentrou em Copacabana

Três carros de som, de diferentes movimentos, convocam a população para a passeata. Houve algumas alterações no trânsito devido ao protesto. O Centro de Operações da Prefeitura do Rio informa que a pista junto aos prédios da avenida Atlântica está interditada entre o Forte de Copacabana e a rua Xavier da Silveira.

Divulgação/PMDF

Manifestantes entram em espelho d’água em frente ao Congresso

O ato foi pacífico em Brasília, segundo a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, cerca de 5 mil pessoas se concentraram em frente ao Congresso Nacional no pico da manifestação.

Em ação simbólica, manifestantes depositaram ratos de papel dentro do espelho d’água. “Porque é isso que eles são. Eles não nos representam”, afirma uma das coordenadoras do protesto do carro de som.

Em coro, as palavras de ordem também são direcionadas ao presidente do Senado: “Renan, cangaceiro, devolve meu dinheiro”.

Luciano Claudino – 4.dez.2016 /Código19/Estadão Conteúdo

O pacote de medidas contra a corrupção foi apresentado originalmente à Câmara pelo MPF (Ministério Público Federal) como projeto de iniciativa popular, que contou com o apoio de mais de 2 milhões de assinaturas, e chegou à Câmara batizado de “10 medidas contra a corrupção”.

Igor do Vale/Estadão Conteúdo

Em Franca (SP), protesto critica mudanças nas 10 medidas contra a corrupção

Foram mantidas a criminalização do caixa 2 de campanha eleitoral, o aumento de punição para crime de corrupção (com crime hediondo a partir de 10 mil salários mínimos), a transparência para tribunais na divulgação de dados processuais e a limitação de recursos para protelação de processos.

Outros pontos aprovados, mas que não constavam no projeto original, foram: a criminalização da venda de votos por parte de eleitores, a instituição do crime de responsabilidade para juízes e promotores por abuso de autoridade, e a melhoria da regra que trata das ações populares.

Do projeto original, ficaram de fora: a criminalização do enriquecimento ilícito de agentes públicos, a recuperação do lucro derivado do crime, a prisão preventiva para assegurar a devolução do dinheiro desviado, a reforma do sistema de prescrição penal, os ajustes nas nulidades penais (defeitos no curso do processo que podem acarretar invalidação de determinada fase ou, às vezes, de todo ele) e a medida para impor maior celeridade nas ações cíveis de improbidade administrativa.

Além do pacote anticorrupção e do fim do foro privilegiado, o MBL também pede a saída do presidente do Senado, Renan Calheiros.

Após a aprovação do pacote anticorrupção na Câmara, Renan Calheiros colocou em votação no plenário do Senado um requeruimento com votação urgente ainda na quarta-feira (30). O requerimento, porém, foi rejeitado por 44 votos a 14.

A denúncia da Procuradoria-Geral da República acusa o senador de ter desviado parte de sua verba parlamentar, à que todo senador tem direito para pagar por atividades do mandato, para pagar a pensão alimentícia de uma filha.

Fonte: Uol

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