Arquivo do autor:Tina Formiga

Publicação da destituição de interventor da Santa Casa de Birigui é alvo de polêmica

Imagem: Reprodução

A publicação da destituição do interventor da Santa Casa de Birigui, ocorrida no último sábado (6), foi alvo de polêmica nesta segunda-feira (8), por constar o nome do secretário municipal de Governo, Carlos Antônio Farias de Souza.

Ele estaria em viagem no final de semana, por isso, não poderia ter assinado tal publicação. Procurada pela reportagem, a Prefeitura de Birigui emitiu nota informando que o fato de o nome do secretário figurar no decreto é apenas mera formalidade administrativa, pois todos os atos oficiais do prefeito são realizados, publicados e arquivados pela Secretaria Municipal de Governo.

“Publicado na Secretaria Municipal de Governo da Prefeitura Municipal de Birigui, na data supra, por afixação no local de costume”, reforça a nota, acrescentando que não existe irregularidade jurídica e de procedimento no ato, pois ele foi devidamente expedido pelo Chefe do Executivo Municipal, competência está regulamentada pela Lei Orgânica do Município de Birigui. “Portanto, são inverídicas as notícias de qualquer anomalia ou adulteração de assinatura no procedimento deste ato oficial publicado”, finaliza a nota.

A destituição de Alex Brasileiro do cargo de interventor da Santa Casa de Birigui foi publicada no sábado e foi um dos primeiros atos do prefeito Leandro Maffeis (Republicanos), após reassumir o cargo por força de liminar concedida pela Justiça, naquela tarde.

Ele teve o mandato cassado pela Câmara na tarde de quinta-feira (5) e o presidente do Legislativo, André Moimaz (PP), assumiu a Prefeitura no final da manhã de sexta-feira, mas deixou o cargo pouco depois das 15h.

A reportagem teve conhecimento da destituição de Brasileiro ainda na noite de sexta-feira, mas aguardou a publicação oficial para divulgar a informação. Geralmente a Prefeitura de Birigui não faz publicações no Diário Oficial aos finais de semana.

O decreto de destituição, no caso, foi assinado pelo prefeito, pela secretária municipal de Saúde, Cássia Rita Santana Celestino, e consta o nome do secretário municipal de Governo.:hoje mais

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Câmara pode questionar juíza que suspendeu cassação do mandato do prefeito de Birigui

A Câmara de Birigui irá recorrer da decisão que suspendeu a cassação do mandato do prefeito Leandro Maffeis (Foto: Lázaro Jr.)

Fontes ouvidas pela reportagem revelaram que o Jurídico da Câmara de Birigui (SP), que vai recorrer da decisão que suspendeu os efeitos da cassação do mandato do prefeito Leandro Maffeis (Republicanos), poderá questionar possível suspeição ou impedimento de juíza que concedeu a liminar.

A decisão foi concedida pouco mais de 24 horas após o Legislativo Municipal ter aprovado relatório de CP (Comissão Processante) que investigou denúncia de irregularidades na aquisição de óleos lubrificantes, em uma decisão política.

Assim que decisão foi proferida, a reportagem foi informada que a autora da liminar seria irmã da secretária adjunta de Educação, Ticiane Paula Paganini dos Santos Eras. Ela ocupa cargo em comissão, nomeada por Leandro Maffeis, conforme decreto assinado em 4 de janeiro de 2021, mas com efeito a partir de 1 de janeiro, data da posse do prefeito.

Ao conceder a liminar, a magistrada acatou recurso da defesa do prefeito, apresentada pelo advogado Luiz Guilherme Testi. Ele era o secretário municipal de Negócios Jurídicos da Prefeitura até o final de março.

Porém, foi exonerado no início da semana passada, após polêmica envolvendo a vice-prefeita de Araçatuba, Edna Flor, que divulgou carta comunicando sua desfiliação do Partido Republicanos dias após ser filiada e ter anunciada que era pré-candidata a prefeita. A decisão foi tomada após ela ter conhecimento de áudios que sugeriam um suposto golpe por parte da Executiva Regional do partido, que era presidida por Testi, para impedi-la de concorrer nas eleições de outubro.

Portaria de nomeação da secretária adjunta de Educação de Birigui (Imagem: Reprodução)

Argumentos

Para a juíza, não ficou provado que tenha sido configurado ato de improbidade administrativa ou haja prova de dolo na conduta do chefe do executivo, nem prejuízo ao erário público municipal.

Ela justifica que apesar de decreto legislativo indicar as possibilidades de enquadramento em infrações político-administrativas dos prefeitos que serão julgadas pela Câmara de Vereadores, sancionáveis com cassação, os documentos apresentados não indicam qualquer tipo de apropriação ou desvio dos recursos públicos, ou atuação ou omissão dolosa prejudicial por parte do prefeito.

“Ainda, em que pese o aparente descontrole na aquisição, manuseio e utilização dos óleos lubrificantes, adquiridos, não houve a cabal comprovação de que tal situação tenha se caracterizado como violação suficiente a motivar a perda do cargo”. 

A juíza acrescenta que o ato de improbidade caracteriza-se não somente pela inobservância dos princípios constitucionais, violação à moral administrativa, aos princípios da probidade, mas também pela efetiva lesão aos cofres públicos.

Ela argumenta ainda que a Promotoria de Justiça pediu o arquivamento da representação que resultou na instauração da CP, que também foi encaminhada ao órgão. O pedido de arquivamento foi proposto em dezembro do ano passado, quando o MP entendeu não haver elementos suficientes que indiquem a prática de ato de improbidade administrativa para autorizar o ajuizamento da ação pelo ato ímprobo.

O julgamento realizado pela Câmara na quinta-feira, que foi político, teve 13 de um total de 15 votos pela aprovação do relatório que pedia a cassação do mandato de Maffeis. Um vereador se absteve e apenas uma vereadora votou contra o relatório.

A sessão foi realizada com autorização do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), que derrubou uma liminar que havia sido concedida pela Justiça de Birigui, durante a sessão em setembro do ano passado, quando era realizada a leitura desse mesmo relatório que agora foi aprovado pelo Legislativo.

Ao autorizar a retomada dos trabalhos da CP, entre outras coisas, o relator, desembargador Paulo Cícero Augusto Pereira, citou que jurisprudência que prevê que “(…) a cassação do mandato de prefeito pela Câmara de Vereadores tem natureza eminentemente política, de modo que cabe ao Poder Judiciário tão somente verificar a legalidade desse processo político-administrativo, em seu aspecto formal, não podendo realizar juízo de valor quanto ao cometimento ou não das acusações feitas ao alcaide e tampouco adentrar os aspectos políticos da decisão.” (RMS n. 64.113/MG, relator Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, julgado em 17/11/2020, DJe de 18/12/2020.)

E com relação à legalidade a investigação que resultou na cassação do mandato do prefeito, o desembargador destacou que a denúncia foi feita por cinco advogados, munícipes e não os vereadores componentes da Câmara Municipal local. “Mesmo que o relatório final da CEI, tenha sido utilizado como base para a abertura da comissão processante, tal ato não torna impedidos os vereadores que o elaboraram”, cita no despacho.

A reportagem procurou a assessoria de imprensa do TJ-SP, questionando se haveria algum impedimento para a juíza julgar o pedido de liminar, por ela ter uma irmã que teoricamente poderia ser beneficiada, por ter sido nomeada pelo prefeito que agora foi autorizado a voltar ao cargo.

Segundo o tribunal, o caso trata-se de matéria jurisdicional e não é possível manifestação fora dos autos. “Quando há discordância da decisão, cabe às partes a interposição dos recursos cabíveis, previstos na legislação vigente” , informa a nota.Juíza anulou outra CP contra Maffeis após TJ-SP mandar retomar investigação

A juíza que suspendeu o decreto legislativo de cassação do mandato do prefeito de Birigui, Leandro Maffeis, anulou em abril do ano passado, outra CP que investigava a falta do AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros) nas unidades escolares do município.

A sentença foi proferida uma semana após o TJ-SP ter derrubado uma liminar concedida pela própria magistrada, e determinado a retomada dos trabalhos. Essa liminar havia sido concedida momentos antes do início da sessão de votação do relatório, que também pedia a cassação do mandato do prefeito.

Assim como aconteceu nesse caso, na ocasião, o tribunal havia considerado que não cabia ao Judiciário interferir nos atos da administração pública, com exceção de casos onde haja ofensa ao ordenamento jurídico. E acrescentou que em caso de decisão desfavorável ao chefe do Executivo, ele poderia recorrer à Justiça para eventual recondução ao cargo.

Ao anular a CP, a juíza de Birigui concordou com o argumento, citando que matéria relativa à cassação de mandato é questão a ser resolvida internamente, por cada Poder. Porém, justificou que no ato político-administrativo, ao Poder Judiciário é permitida a análise da justa causa.

Assim, o que estaria sendo analisado, de acordo com ela, seria a legalidade do procedimento e não o mérito do ato administrativo, não configurando interferência entre poderes. E nessa análise, entendeu haver ausência de justa causa para prosseguimento daquela Comissão Processante.:hoje mais

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Prefeitura de Birigui nega escolta de interventor da Santa Casa

Santa Casa de Birigui está temporariamente sem interventor (Foto: Lázaro Jr./Arquivo)

A Prefeitura de Birigui (SP) divulgou nota na noite deste sábado (6), negando que tenha ocorrido escolta ou algum tipo de coação do interventor da Santa Casa, Alex Brasileiro, após a comunicação de que ele estava sendo destituído do cargo.

“Informamos que a decisão sobre o desligamento de Alex Brasileiro, do cargo de interventor da Santa Casa de Misericórdia de Birigui, foi realizada de forma pacífica, assim como o pronunciamento da decisão ao mesmo. Reforçamos que não houve escolta ou nenhum tipo de coação no momento de sua saída” , informa a nota, que acrescenta agradecimentos ao agora ex interventor, pelos trabalhos realizados à frente do hospital.

Conforme divulgado anteriormente, a reportagem tomou conhecimento da destituição no início da noite e ela foi oficializada com a publicação no Diário Oficial do município neste sábado (6). Ainda na sexta-feira houve a informação de que duas pessoas teriam ido ao hospital logo após o prefeito Leandro Maffeis (Republicanos) retornar ao cargo, por meio de liminar da Justiça local. Também foi apurado que Brasileiro teria sido “escoltado” e conduzido imediatamente para fora do hospital logo após ser informado.

Após publicação da matéria, a reportagem fez contato com o advogado Glauco Bonfim Rodrigues, que confirmou ter sido uma das pessoas que foi comunicar Brasileiro sobre a destituição. Ele também nega qualquer tipo de coação e afirma que foi ao hospital na condição de amigo do interventor, para informá-lo. “Nós fomos à Santa Casa conversar sobre a determinação do prefeito e fomos embora sozinhos”, reforça.

A reportagem também conversou com o diretor municipal de Esportes, Celes Júnior, que foi a outra pessoa que esteve no hospital para comunicar Brasileiro que ele estava sendo desligado da administração municipal e ele confirmou o que foi passado por Rodrigues.

Após ouvir as explicações, a reportagem voltou a procurar o ex interventor da Santa Casa de Birigui. Brasileiro, que até então não havia se manifestado, informou que recebeu ordem para deixar a chave na portaria, que as fechaduras da sala foram trocadas e que havia uma viatura na porta do hospital quando ele saiu. Ele explicou que não houve escolta porque demorou a sair.:hoje mais

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