Acidente com barcaça no Tietê atrasa mercado de grãos

Um acidente com uma barcaça no rio Tietê, que derrubou torres de transmissão de energia, causa atrasos no transporte de grãos. Doze barcaças carregadas de soja estão paradas no rio Tietê, entre a usina hidrelétrica de Nova Avanhandava e o reservatório da usina de Três Irmãos, em Birigui, interior de São Paulo. No dia 22/03, uma barcaça atingiu uma torre de energia. Com o impacto, outras seis tombaram. Um dispositivo de segurança interrompeu a corrente elétrica e evitou um acidente ainda maior. Por causa do acidente, a hidrovia Tietê-Paraná, uma das maiores do país e por onde passa grande parte da soja que vem do Mato Grosso em direção ao porto de Santos, está interditada. Barcaças já estão paradas à espera da liberação da navegação. Cerca de 100 funcionários da companhia de transmissão de energia estão trabalhando para restabelecer o funcionamento das torres de transmissão e possibilitar a retomada da navegação. Cada barcaça transporta cerca de 500 toneladas de soja. Em todo o país, os produtores de soja enfrentam problemas para transportar a supersafra, que chegou a 80 milhões de toneladas.

A maioria dos comboios que está atracada no rio Tietê, na região de Araçatuba, depois de acidente ocorrido na sexta-feira passada, está vazio. Eles retornavam de São Paulo para São Simão (GO) onde seriam carregados com soja.

Outros cinco estão carregados com cerca de 30 mil toneladas de soja e um transporta madeira. Cada comboio é composto por um empurrador e quatro barcaças. A pasta informou ainda, que desde o acidente a Capitania dos Portos, órgão responsável pela fiscalização da hidrovia, foi acionada e emitiu um “aviso aos navegantes”, comunicando a interdição para evitar maior acúmulo de embarcações.

No dia do acidente, um comboio carregado com 18 mil toneladas de soja atingiu uma torre de transmissão. Outras cinco torres ficaram danificadas. A embarcação segue atracada no rio aguardando remoção. A previsão é que a hidrovia seja liberada somente a partir do dia 3, se não houver chuvas.
O principal impasse enfrentado pela CTEEP (Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista), responsável pelas torres, é tirar da água os fios de alta tensão que ficaram submersos com o acidente. A fiação atingida conecta a Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira à subestação Bauru da CTEEP. Mesmo com o acidente, não houve falta de energia em nenhuma região do País.
O fechamento da hidrovia Tietê-Paraná impede que 100 mil toneladas de carga, predominantemente soja, cheguem ao seu destino, segundo informou a Agência Brasil, com base em dados do Departamento Hidroviário do Estado de São Paulo.

Paulo Gonçalves (Folha da Região)
Comboios aguardam liberação da hidrovia Tietê-Paraná


A CTEEP informou que foram mobilizados mais de 100 engenheiros e técnicos para reparar as torres danificadas. A empresa ainda não contabilizou o prejuízo com o acidente. “O valor total a ser despendido será contabilizado posteriormente, uma vez que em uma obra emergencial é impossível prever todos os gastos”, afirmou nota enviada anteontem.

Conforme a empresa, três das torres são passíveis de serem reparadas e “as demais foram irreparavelmente danificadas”. Ainda segundo a assessoria, para retomar o funcionamento da linha de transmissão Ilha Solteira/Bauru, que foi danificada, “serão construídos dois ramais de emergência viabilizando a condição normal de operação do sistema elétrico”.

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