A Santa Casa de Birigui (SP) fechou o mês de janeiro com um endividamento de R$ 46.245.657.83 milhões, segundo análise preliminar da equipe interventora que assumiu o hospital há um mês.
De acordo com a Prefeitura, o balanço foi apresentado durante reunião para prestação de contas na Câmara, na segunda-feira (28). Segundo o que foi informado, na relação das contas de ativo (bens) e passivo (obrigações), o hospital tem saldo negativo de R$ 34.443.684,85.
Além disso, a conta está negativa em R$ 2,866 milhões no que diz respeito à venda de serviços médicos pela entidade.
Porém, de acordo com o que foi divulgado, chama a atenção um empréstimo consignado feito junto ao SUS (Sistema Único de Saúde) e à Caixa Econômica Federal, cuja dívida hoje está em R$ 11,8 milhões.
O empréstimo foi celebrado em 2017 no valor de R$ 2.773.842,89, mas posteriormente foi feito um refinanciamento com troco de R$ 7,5 milhões para a Irmandade, elevando a conta, que deve ser paga em parcelas mensais de R$ 167.403,83.
Como as parcelas são descontadas direto do repasse feito pelo SUS, via Ministério da
Saúde, os repasses estariam comprometidos até 2031. “Trabalhamos com uma tabela SUS já defasada, que está comprometida com esse empréstimo que irá se arrastar pelo período de dez anos”, argumenta em nota o diretor geral da Santa Casa, Marco Aurélio Arantes.
A OSS (Organização Social de Saúde) Santa Casa de Misericórdia de Birigui foi um dos alvos da Operação Raio-X, por ter sido utilizada pelo médico Cleudson Garcia Montali para assinar contratos de gestão de várias instituições, como os pronto-socorros de Araçatuba, Birigui e Penápolis, por exemplo.
O médico já foi condenado a mais de 200 anos de prisão pelas Justiças de Birigui e Penápolis por crimes praticados mediante esses projetos.
Segundo o que foi apresentado na prestação de contas, atualmente a Santa Casa é ré em 591 processos judiciais que tramitam nas esferas locais, estaduais e federais da Justiça. Desses, 146 são processos trabalhistas, que somam R$ 12 milhões de pedidos de indenização.
Também foram identificados outros 192 processos nos Tribunais de Contas do Paraná e da Paraíba e em varas diversas.
O interventor da Santa Casa de Birigui, Alex Brasileiro, explica que o resultado apresentado é da varredura administrativa feita internamente, referente apenas ao mês de janeiro. De acordo com ele, está em andamento uma auditoria externa contratada para analisar as contas do hospital, que deverá influenciar nos números apresentados.
A intervenção foi decretada pelo prefeito Leandro Maffeis (PSL) em 25 de fevereiro, com a justificativa de assegurar atendimento hospitalar à população e dar transparência ao processo administrativo da entidade.
Segundo o prefeito, muitos fatores respingaram sobre o nome Santa Casa de Birigui, causando uma mancha na imagem do hospital. “Por isso, estamos trabalhando para devolver a dignidade que a entidade merece ter perante a sociedade biriguiense”, disse durante a prestação de contas aos vereadores.
Ele afirmou que as informações apuradas durante o processo de regularização administrativa e financeira da Santa Casa serão repassadas às autoridades competentes.
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